terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Um mês de Goa

Cheguei há um mês. Era sábado. Estavam 30 graus. Tínhamos estado em Mumbai e passado por umas três filas diferentes sem perceber ao certo o que queriam de nós. Foi um papel com dados que me pareceram irrelevantes escritos pela segunda vez, mas de formas diferentes, porque o papel que nos tinham dado para preencher no avião não era o correcto. Tínhamos esperado que imprimissem o segundo papel. Tínhamos visto as horas para o segundo avião passar por nós com a certeza de que mais depressa chegariam elas a Goa do que nós. No meio da barafustação, encontrámos portugueses que também não sabiam ao certo o que fazer. 

Tínhamos procurado a bagagem para o segundo check-in. Tínhamos desesperado à procura da bagagem que não estava em lado nenhum senão no lugar para onde só nos mandaram depois de muitas voltas. Tínhamos estado num autocarro apinhado para chegar à pista de descolagem onde conheci uma americana simpática da qual me despedi com uma troca de contactos que depois não foi desenvolvida. Tínhamos ido para um dos gates no fim do aeroporto já depois de terem decidido mudar para o gate do início.

Mas conseguimos chegar. Foram várias as peripécias e depois muitas mais. As primeiras impressões foram as esperadas. Quase tudo como me tinham descrito ao longo de tantos anos. O choque inicial transformou-se em hábito. Da qualidade do ar, aos problemas pessoais, passando pelos costumes tão estrangeiros para mim. Há também muitas coisas boas aqui. Tudo isso pode ser visto na etiqueta Photo Album e a outra, a da gastronomia. Foram as fotos possíveis, mas vêm aí muitas mais com certeza.

Neste mês mudei de ano depois de ter mudado de continente e de hábitos (alguns). Li dois livros e mais de metade de outro. Trabalhei menos do que o habitual, mas consegui estabelecer uma rotina (quase). Voltei a escrever num blogue, mas também num diário. Provavelmente passei mais tempo offline do que em todo o ano que passou. Comecei a tomar o pequeno-almoço todos os dias sem excepção. O que quer também dizer que agora acordo sempre de manhã e já não trabalho pela noite dentro.

Tem sido um bom desfecho para mim, agora que se aproxima o meu aniversário. A despedida dos 28 anos em Goa é o culminar de uma mão cheia de anos em que o meu aniversário deixou de ser assim tão especial por calhar a dias de semana, por não conseguir reunir toda a gente e por achar que já estava a ficar mais adulta demais. Entretanto decidi que não há problema nenhum em relação a isso.

Começo a acreditar mesmo a sério naquela minha amiga que diz que os 30 são os novos 20.

Vanessa

Sem comentários: