Li num sítio qualquer que quando dormimos mal podemos enganar o cérebro facilmente se fingirmos para nós próprios que dormimos bem.
Basta fingir que, em vez de termos andando a rebolar na cama em busca de uma posição ou, como esta noite, a rebolar na cama a ver se os lençóis camuflavam a pele para as melgas desistirem da sua ceia, dormimos um sono refastelado. Pelos vistos o nosso cérebro tem a idade daquelas crianças que acreditam que lhes conseguimos tirar o nariz sem elas darem conta e que depois não percebem a diferença entre um dedo e uma penca.
Eu sempre acreditei que podia enganar o cérebro se o distraísse. Se houver um compromisso ou a promessa de algo interessante não tenho problemas em acordar. A questão muda de figura se o despertar está associado a algo aborrecido e/ou rotineiro. Mas hoje usei as duas estratégias e enganei o meu cérebro.
Sim, querido, hoje dormiste melhor do que a Bela Adormecida. Não, esta noite não houve melgas a importunar nem falta de posição nem sonos leves. Olha, querido, acorda que vamos passear. Hoje é Dia de Reis e vai haver muita coisa gira para fazer. Sim, são oito da manhã, mas se acordares agora não vais perder um segundo da animação que vai ser hoje. Depois recuperas esta noite, vais ver.
Por enquanto está a resultar. É meio-dia e eu já vi muita coisa. Tudo isto só com uma colher de Nescafé de manhã. Quanta cafeína tem uma colher? Não sei. Agora ia mas é uma bica. Como se engana o cérebro nessa matéria? É que o chá só disfarça a vontade de vez em quando.
Vanessa
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