Mantemos uma certa distância uma da outra. De vez em quando os nossos caminhos cruzam-se, mas eu faço por manter uma zona de conforto confortável entre nós. De vez em quando ela aparece, aparentemente vinda do nada, e eu tento não me assustar, porque isso seria uma falta de respeito.
É que a Clotilde provavelmente já cá estava há algum tempo. É natural que não saiba lidar com pessoas, uma vez que tem estado sozinha e não é muito de sair. Pelo menos, eu vejo-a sempre por casa.
Não se pode dizer que eu gosto da Clotilde. É uma relação assim-assim, por assim dizer.
Se ela não me chatear, eu não a chateio a ela. Fica cada uma no seu canto, a olhar pelo canto do olho para ver se a outra não se mexeu e atravessou a linha imaginária que torna a relação mais confortável do que seria se tivéssemos de lidar de perto uma com a outra.
Admito que temos coisas em comum. Só assim a título de exemplo, eu sou portuguesa, mas nasci em Moçambique, mas sou daqui de Goa também. A Clotilde é uma espécie de barata, mas pode também ser um gafanhoto (ou os dois, se isso for possível), mas ao mesmo tempo é uma criatura doméstica.
Vanessa
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