segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Como é conduzir na Índia?

Em Goa pelo menos, posso dizer-vos, é uma experiência assim para o horrível.

Imaginem as piores estradas de Portugal. Daquelas em aldeias ou nos subúrbios que fazem as pessoas questionar para onde vai o dinheiro dos impostos. Aqui, a maioria das estradas são assim.

Há buracos, remendos, mais buracos, obras intermináveis, terra batida que aparece sem aviso.

Imaginem troços de estrada com uma largura que equivale, em Portugal, a vias de sentido único. Aqui a maioria das estradas são assim, mas suportam dois sentidos e às vezes três: o da ultrapassagem.

Além de buracos e tudo o que já foi mencionado, aos quais não podemos fugir porque, lá está, as estradas são apertadas em largura, há ultrapassagens do lado esquerdo e do lado direito, e há ultrapassagens à nossa frente, porque os condutores que vêm no sentido contrário têm sempre muita pressa, mesmo que não haja espaço suficiente para ultrapassar e que haja um embate de frente iminente se um de nós não se desviar, e há ainda as ultrapassagens às ultrapassagens. Há ainda os peões, quando estamos em centros movimentados, assim como riquexós, bicicletas, stands de produtos e vacas.

Imaginem o caos de um grande centro urbano em Portugal, tipo o Marquês de Pombal em Lisboa, ou até uma IC19 em hora de ponta. Aqui parece ser sempre assim e em estradas com piores condições.

Há sempre carros e motas que não ligam a cedências de passagem, peões que se fartam de esperar (e com razão), animais de rua e percalços no geral. Por isso, é preciso ter o pé sempre em cima do travão, porque há sempre muita coisa a atravessar-se à nossa frente durante o pára-arranca.

Imaginem o maior buzinão português que tenham testemunhado. Isso aqui é o pão nosso de cada dia.

Aqui buzina-se antes de se ultrapassar e às vezes durante. Buzina-se para reclamar, claro. Buzina-se para que se desviem. Buzina-se para cumprimentar alguém conhecido. Buzina-se porque sim e porque não.

Imaginem todo este cenário. Agora imaginem que quase todos os carros são topo de gama. Por isso, isto é como estar no meio de uma tribo na selva onde, em vez de trajes minúsculos feitos de folhas, toda a gente se veste como se fosse para um evento formal todos os dias. Foi a analogia que me ocorreu. Não queria ser má-língua, mas não consigo falar bem do trânsito indiano ou da experiência de conduzir em Goa. Quanto ao resto da Índia, é o que se vê naqueles vídeos que andam pelo Youtube.

Vanessa

2 comentários:

Unknown disse...

Estou a pensar lá ir Abril e estava numa de alugar um carro, mas com este comentario, vou pensar melhor. E a melhor zona para ficar tendo como referencia praia, mas pensando tambem na zona historica e em outros passeios tipo Panjim, se puder dar uma dica agradeco. Obrigado. Sergio

Vanessa Sousa disse...

Olá. Eu fiquei perto de Margão. Fica próximo de muitas praias. Há por lá umas agências que organizam excursões temáticas. Quanto à condução, eu já não tinha muita destreza antes, por isso é que me fez mais confusão. Como tudo, não há como experimentar ;)