sexta-feira, 31 de março de 2017

Não ler rótulos é uma irresponsabilidade

Vejo pais estafados a tentar controlar os filhos nas filas do supermercado. Depois olho para as compras e não me admiro. Se mais de metade das compras são produtos que eu sei que levam açúcar, e não é pouco, fora os outros como a fruta e os hidratos de carbono, não é surpreendente que os miúdos não parem quietos.

Não ler rótulos é para mim uma irresponsabilidade, que nos casos dos pais roça a negligência. Fazê-lo foi uma das coisas mais úteis que aprendi na escola, para dizer a verdade. É-me impossível não querer saber aquilo que ingiro. Não quero com isto dizer que todas as pessoas devam fazer o mesmo, mas é importante que pelo menos tenham uma noçãozinha e não se fiem pelo que diz a parte da frente da embalagem, como já escrevi aqui.

Apesar de não ser especialista e muito menos nutricionista, fico espantada com a quantidade de embalagens enganadoras que as pessoas levam para casa. É raro ver compras saudáveis no supermercado. A maior parte inclui iogurtes cheios de açúcar (no fundo quase todos), cereais cuja dose normal (não a de 30 gramas usadas como exemplo, que isso não é nada para um pequeno-almoço) é o equivalente a meio bolo de aniversário, bolachas com embalagens que sugerem serem saudáveis mas que estão carregadas de xarope de glicose, etc.

Não me admiro com as estatísticas relacionadas com diabetes, colesterol e até cancro. A parte mais radical do meu cérebro diz-me que a alimentação da era moderna é um exemplo da sobrevivência dos mais fortes, e hoje em dia os mais fortes são aqueles que sabem o que consomem. Os outros ficam à mercê da capacidade de resistência do corpo à porcaria que ingerem. Se são bem-sucecidos? vejam-se as estatísticas. Sei que é triste pensar assim, mas até a parte mais sensível do meu cérebro acredita nessa parte radical.


Vanessa

Atenção: aqui há muita secura XVIII

Melhores dias estão por vir.

Sim. Chamam-se sábado e domingo.

Apesar do nome, aqui não se passam secas (ler sécas e não sêcas).

Vanessa

Quando ouvirem as minhas ideias mais bizarras lembrem-se

... Que abriu em Lisboa uma loja que vende apenas patinhos de borracha. Não estou a criticar os autores da ideia ou a duvidar do seu faro para o negócio. É só para que se saiba que hoje em dia nada é bizarro. Agora há mais este argumento: há quem venda, apenas e só, patos de borracha. Esta é especialmente dedicada a quem já revira os olhos quando digo que gostava, hipoteticamente, de um dia abrir uma livraria.

Vanessa

quinta-feira, 30 de março de 2017

a, e, i, o, u

Queria escrever com caneta e papel todo o dia, rasurar e fazer buracos no papel, e deixar um rasto de pensamentos perdidos e ideias incompletas. Tenho um teclado que gasta os dedos da vontade de pegar na caneta, com as vogais quase feitas em crateras, apesar de não me lembrar de usar tantas vogais. As vogais são seres invisíveis como as engenhocas dentro dos computadores que fazem tudo funcionar. Tenho as minhas vogais tão gastas como a vontade, mas tenho uma pilha de papel e canetas novas. Tudo por usar.

À espera do tempo e dos dedos gastos de vogais a desaparecer.

Vanessa

Prazer peculiar II

Comprei um telemóvel. Quem me conhece sabe que tal feito é um evento por si só. Este foi o segundo telemóvel que comprei na vida e o primeiro smartphone que comprei. O anterior era smartphone mas foi-me oferecido. Antes disso comprei um e antes desse tive outro comprado pelos meus pais. Só tive telemóvel aos 18, o que quer dizer que em 12 anos tive quatro. Continuo a achar que são muitos telemóveis para uma pessoa só.

Serve isto para descrever o prazer peculiar que é retirar a película dos ecrãs. Tendo em conta que este é o maior telemóvel que comprei, a película, pensei eu quando o vi, seria enorme. Só que não. Não tinha.

Foi a minha maior desilusão com este telemóvel. Não consigo descrever ao certo o prazer de descascar o ecrã, de sentir o plástico descolar lentamente, quase sem som, todo esse processo, e depois o ecrã a parecer limpo como janelas acabadas de limpar. É mesmo uma coisa digna dos fanáticos do ASMR, qualquer coisa em português como resposta sensorial autónoma do meridiano. É o chamado orgasmo do cérebro.

Mas descansem que esta estória teve um final feliz, porque eu tenho um Inspector Gadget na minha vida, que é como quem diz um namorado que adora maquinetas, que me trouxe uma película de um Samsung Galaxy não-sei-das-quantas que cabe perfeitamente no meu novo telemóvel (é tão estranho dizer isto). Foi assim, que ao segundo dia de uso, pude retirar a película ao meu novo brinquedo. Até tive um arrepio.


Vanessa

quarta-feira, 29 de março de 2017

Não vos entendo,

Pessoas que fazem perguntas no Facebook que mais valia botarem num qualquer motor de busca em vez de fazerem figura de tolinhos. Não vos entendo, pessoas que vão para os comentários dos artigos partilhados no Facebook fazer perguntas sobre o seu conteúdo. Mesmo que estejam com dados móveis, não vos entendo. Não entendo pessoas que sei terem acesso à internet e que mesmo fazem perguntas como se a internet não existisse. Eu até percebia no tempo dos dicionários e enciclopédias. Nem todos os tinham em casa. Pegar num era só por si uma tarefa hercúlea. Procurar envolvia todo um método que era ensinado na escola. Hoje em dia não entendo.

Vanessa

quinta-feira, 23 de março de 2017

Inconveniências

É quando tenho o browser cheio de abas abertas e estou envolvida em trabalho que me surgem as melhores ideias criativas. É quando estou quase a adormecer que me surgem as segundas melhores ideias. É quando não tenho nada com que escrever que me surgem as terceiras melhores. É sempre uma inconveniência.

É triste quando ideias criativas são vistas como inconveniência e não como sinal de uma mente sã. É triste que alguém tenha definido o dia de uma pessoa como oito horas de sono, oito horas de trabalho e oito horas de lazer, quando na verdade nunca é nada assim. Nas oito horas de lazer estão incluídas obrigações.

Mas essas obrigações não são um fardo. São essenciais à sã vivência. Fazer compras, atender às necessidades fisiológicas, descontrair, tudo isso são bens essenciais. É triste que eu as veja como obrigações num sentido pejorativo, e não como obrigações no sentido de não poderem ser descuradas em honra de mim própria.

Parece-me que ando toda trocada e que não estou sozinha. Andamos todos trocados tal como as estações do ano estão a ficar confusas e difíceis de prever. Hoje caiu granizo sobre mim. Foi mais do que um baldo de água fria. Foi um momento iluminado. Lembrei-me do que falo aqui nesse momento. Depois disso fiquei gelada.

Vanessa

quinta-feira, 16 de março de 2017

Skip the Dishes cancela entrevista após pergunta sobre o salário

Haverá melhor prova de que hoje em dia um emprego já não é o que era do que uma empresa cancelar uma entrevista porque um candidato fez perguntas acerca do salário? Foi o que a empresa Skip the Dishes fez. Está aqui a estória completa (em inglês). Uma candidata fez uma entrevista telefónica e antes da entrevista presencial perguntou por email que salário e benefícios poderia esperar por parte da empresa. Uma representante da startup canadiana, perante tal questão, respondeu que a pergunta demonstra que as prioridades da candidata não estão alinhadas com as da empresa e que por isso a entrevista ficaria sem efeito. 

Num segundo email foi ainda esclarecido que a pergunta é válida mas que tendo sido feita tão cedo no processo de recrutamento levanta preocupações já que a empresa acredita que trabalho árduo e a perseverança são características mais valorizadas do que a compensação. O que me causa a mim preocupação é empresas acharem que a compensação não é um factor preferencial ou eliminatório para um candidato. Afinal de contas, um emprego, diz o dicionário Priberam, é uma "ocupação remunerada e determinada a que alguém se dedica". Se calhar em inglês os dicionários têm uma definição diferente. Ou se calhar emprego não é o mesmo que trabalho. Se calhar a empresa confundiu-se. Ou se calhar eu é que estou confusa. Já não sei nada.

Vanessa

Isto é estranho

Vi o John Wick 2 e gostei. Vi o Logan e gostei. Vi o Batman em forma de lego e gostei. Vi o Hacksaw Ridge e gostei (desde que o Soldado Ryan foi resgatado, não me lembro de gostar de mais nenhum filme de guerra). Vi o Sing e gostei. Vi o Kubo e gostei. Não me lembro do último filme de que não gostei. Algo se passa. Espero que o meu sentido crítico esteja não estragado. Tenho de ver aquele filme da muralha para tirar a teima.

Vanessa

terça-feira, 14 de março de 2017

Uma palavra de cada vez

Quando não me apetece nada trabalhar escrevo uma palavra de cada vez. Às tantas há frases formadas. Ideias descritas. A forma dá lugar ao conteúdo. Nisto uma pessoa esquece-se. As palavras fazem esquecer. É por isso que também gosto de ler. Uma palavra de cada vez, às vezes e para começar, mas depressa a estória se transforma em tudo o que importa no mundo e as palavras atropelam-se perante os olhos.

Vanessa

segunda-feira, 13 de março de 2017

Raízes

Ser emigrante é conhecer família de vez em quando e tentar reconhecer em perfeitos desconhecidos laços que nunca se desenvolveram. É receber em casa sangue do mesmo sangue sem que se sinta familiaridade para com as pessoas. É ver pessoas parecidas connosco, com as mesmas origens, mas com destinos diferentes; destinos que podiam ter sido os nossos se tivéssemos permanecido. Ser emigrante é viver em fragmentos, procurar intimidade em pequenos momentos e saber que instantes contam como a convivência de anos. Ser emigrante é só pensar nestas coisas quando se encontram desconhecidos que são família porque é nesses momentos, mais do que em quaisquer outros, que ser emigrante parece ser a pior que pode acontecer a uma pessoa. É aí que ser emigrante é o mesmo que ser um lobo sem alcateia, um país sem terra,  uma árvore sem raízes.

Vanessa

sábado, 11 de março de 2017

A verdadeira globalização: um poema

Vou ao café e peço uma italiana,
Trabalhar como um mouro assim requer,
A solução à noite é raiz de valeriana.
Mas por vezes nem isso resulta sequer.

Fala-se tanto em globalização.
Eu cá acho que é só para inglês ver.
Tabelou-se por baixo a padronização
Parece que tudo é feito para despromover.

Uma pessoa trabalha que nem um escravo,
Mas vê-se grego para ter o que quer.
Porque o trabalho árduo não vale um chavo
Ter casa hoje, só de aluguer.

Mas hoje em dia até um tecto é sinal de opulência,
Por isso a casa dos pais é a melhor defesa.
Qualidade de vida hoje é mera subsistência.
Não há cá viver à grande e à francesa.

Se comer um bife tenho o rei na barriga,
Qualquer coisa é acima das nossas possibilidades.
As regras da sociedade parecem chinês, que fadiga.
Para perceber, devia ter ido para as Novas Oportunidades.

O que melhor funciona neste mundo são as facturas
Que vêm com pontualidade suíça impressionante.
Ouvi falar e aprendi a cortar nas gorduras
Que remédio se tem quando se é insignificante.

Pagar contas e gerar riqueza é nosso dever,
Por isso se não há trabalho, olha, abre uma empresa.
Se isto vai melhorar, é pagar para ver.
Assim chegou a globalização à casa portuguesa.

Com certeza.

Vanessa

quinta-feira, 9 de março de 2017

Noite quase tranquila

Se eu disser que demoro cerca de uma hora a adormecer não estou a exagerar. Normalmente adormecer é uma tarefa custosa, especialmente porque o meu cérebro não se desliga facilmente e até funciona mais activamente de noite. Acontecia antes de ter computador, portanto não posso de todo culpar a tecnologia.

O chá Noite Tranquila da Lipton resolveu o problema temporariamente. Não sei se é o poder da sugestão ou se é da composição do chá — lúcia-Lima, tília (26%), lavanda (11%), aroma, folhas de laranjeira, camomila (8,9%), cidreira — mas só de pegar na caixa do chá já me dá sonolência. Na verdade, isto é mais uma tisana do que um chá, já que não contém cafeína. No aroma sobressai a lavanda, uma das minhas fragrâncias preferidas.

O problema dos chás, para mim, é o seu efeito diurético. O mesmo me acontece com qualquer tisana. Ou isso ou o sono faz-me adormecer sem tempo que a tisana chegue à bexiga quando cumpro os deveres fisiológicos e higiénicos antes de ir para a cama. O resultado é ter de me levantar a meio da tal Noite Tranquila para ir à casa de banho, o que desvirtua o efeito da bebida e é só em geral uma coisa incomodativa como o raio.

Muitas vezes, depois de me levantar já o efeito do chá passou e volto a ter dificuldade em adormecer, mas se tomar outra chávena, o ciclo repete-se. Não tenho solução senão talvez recorrer a medicação natural para adormecer, coisa que abunda ultimamente nas publicidades que vejo, mas que não me apetece e que provavelmente vai dar ao mesmo, que para engolir um comprimido bebo meio litro de água. Ao menos é bom não me sentir sozinha com este problema, que se há publicidade é porque isto já é uma epidemia.

Vanessa

quarta-feira, 8 de março de 2017

Que todos os dias sejam dia da mulher

Percorro o Facebook e fico contente por todas as mulheres que foram mimadas neste dia com flores, chocolates, jantares e até folga das tarefas domésticas. É importante que existam dias que celebrem apenas um género quando em todos os outros dias do ano esse género tem de lidar com circunstâncias que apenas a esse género são afectas, em especial desigualdade, padrões e obrigações específicas, cobranças e falta de oportunidade.

É raro mulheres em cargos de chefia nos filmes serem também bem-sucedidas em termos pessoais. Ora são solteironas frias e cruéis, ora são falhanços no que toca a conciliar família com carreira, ora mulheres maduras com arrependimentos e amargura que as tornam umas pestes. São raros os filmes que passam o teste Bechdel, porque na saúde e na doença, no sucesso e na depressão, claramente metade da humanidade gira em torno da outra metade. Felizmente há um dia do ano que obriga a parte beneficiada a lembrar-se da outra.

Gostava que um dia não houvesse um dia que levasse tantos meios de comunicação a publicar estudos que demonstram como as mulheres são constantemente discriminadas, como recebem menos salário mesmo por comparação a cargos de igual importância ocupados por homens, como têm muito mais responsabilidades em todo o lado, como morrem às mãos cheias, vítimas de abusos variados.

Um dia gostava que as mulheres fossem levadas a sério e que artigos noticiosos sobre mulheres poderosas não se focassem na sua indumentária. Um dia gostava de não me sentir insegura quando passo por um grupo de homens numa rua escura e de não ver o mesmo receio por parte de outras mulheres ou de ver em notícias casos em que o medo se tornou realidade. Gostava de não ser informada de realidades como violações, maus tratos, abusos, mutilação genital, nem que fulana tal "estava a pedi-las" pelas escolhas que fez.

Gostava que não me perguntassem se me quero casar, quando me vou casar, se quero ter filhos, se não está na altura de pensar nisso, ou de ter de me justificar porque a mentalidade tanto de homens como de muitas mulheres por vezes conflui na certeza de que a mulher tem um papel neste mundo e tem o dever de o cumprir porque tanto homens como mulheres às vezes esquecem que mulheres são também seres humanos.

Simplesmente, um dia gostava que não fosse preciso existir um dia da mulher, assim como dias para os pais, para as mães, para as crianças, porque num futuro próximo todos os dias são dias para celebrar tudo isso.

Vanessa

terça-feira, 7 de março de 2017

O Efeito Mandela: Shazaam vs. Kazaam

Kazaam é um filme de 1996 no qual Shaquille O'Neal (ex-basquetebolista norte-americano) é um génio da lâmpada nos tempos modernos (os tempos modernos de 1996, claro). Shazaam é um filme de 1994 no qual Sinbad (nome artístico do comediante norte-americano David Adkins) é também um génio da lâmpada. 

Porém, um dos filmes aparentemente não existe. Se procurarem na internet, verão que Shazaam está apenas guardado nas memórias de quem (pensa que?) o viu, porque provas físicas da sua existência não as há. Mas não se tratam de memórias vagas que possam ser tomadas como mera confusão com Kazaam e não é apenas um punhado de pessoas que se lembra desse tal Shazaam (nenhuma relação com o Capitão Marvel).

Sinbad diz que não protagonizou nenhum filme com esse nome. A única foto do actor vestido de génio a circular pela internet é de um outro evento. Com excepção deste site, fácil de forjar, diga-se, não há imagens do filme, nem posters, nem cassetes. O que há é muitos depoimentos de pessoas que dizem ter visto o filme e a maioria dos relatos coincide. Shazaam é um génio incompetente que é liberto por duas crianças que lhe pedem o desejo de que o pai viúvo se volte a apaixonar. Há quem refira que só conhece o comediante por causa do filme.

Além de outros detalhes do filme, alguns de pessoas neste artigo que têm a certeza de que não foram influenciadas por outros relatos que tenham lido, incluindo o de o funcionário de uma loja de aluguer de vídeos que viu o filme várias vezes na loja onde tinham sido encomendadas duas cassetes, há ainda fóruns de discussão online, incluindo o Reddit, com vários outros pormenores e contexto. E depois isto:

A imagem é um print feito por mim the uma página de Facebook sobre o Efeito Mandela onde este tal Jamie Campbell diz ter feito parte do elenco do filme, nomeadamente interpretando um taxista que conduz Shazaam pelo meio do trânsito. A página pode ser vista aqui. Há muitos mais detalhes sobre o filme na conversa.

Isto aparenta ser um exemplo do Efeito Mandela, sobre o qual já escrevi aqui com mais informações sobre o que é e ainda outros exemplos. Provavelmente nessa publicação misturei o fenómeno em si com o conceito de memórias colectivas falsas, mas para alguns o Efeito Mandela é uma memória verdadeira, só que de uma realidade paralela ou de algo que nesta realidade tenha sido de alguma forma apagado da história.

A dúvida sobre a existência de Shazaam e a certeza de outros sobre a sua existência não deixa de ser algo curioso. Afinal existiu ou não existiu? Que explicação racional poderá haver para deixar de ter existido, a acreditar naqueles que relatam ter visto o filme? Poderá ter sido apagado da história por ter sido destruído num tempo anterior às cópias digitais? Será que vivemos numa simulação? Será que há alguém a reprogramar o passado?

Kazaam eu vi, mas de Shazaam não me lembro. Os actores principais de ambos também não são particularmente parecidos. Talvez num país que não os Estados Unidos seja mais fácil comprovar a existência do filme, especialmente se lhe tiver sido atribuído outro título, por exemplo. Alguém aí se lembra do filme?

Mais sobre o Efeito Mandela.

Vanessa

Atenção: aqui há muita secura XVII

O presunto entrou num bar e pediu uma cerveja. O funcionário disse que ali não se servia comida.


Vanessa

segunda-feira, 6 de março de 2017

O momento de desligar

Aquela cena típica dos filmes, do "desliga tu primeiro", entre duas pessoas envolvidas romanticamente é como eu vejo a relação do mundo com a tecnologia. A não ser que a bateria se esgote, o momento de desligar é constantemente adiado, mesmo que seja em detrimento do mundo real. Vejo-me constantemente em situações em que a atenção daqueles com quem estou é dividida, e não em partes iguais, entre mim e outra coisa qualquer que tenha um ecrã e esteja ligado a um mundo virtual. Porque o momento de desligar nunca é o ideal.

Não tenho solução a não ser desligar e pronto, coisa que eu própria professo mas não pratico. É uma constante batalha interior entre o FOMO (Fear Of Missing Out) virtual e o real. O domingo acaba por ser o dia em que estou mais desligada, mas não me lembro de quando deixei de me desligar ao sábado para ter um fim-de-semana com maior conexão à realidade. É algo fora do meu controlo, uma vez que trabalho para mim e através da internet.

Desligar é perder oportunidades. É também perder algum tempo de lazer, uma vez que acredito que o que leio e o que vejo através do computador me enriquece e não deve ser completamente desconectado. Mas agora, por exemplo, não tenho lido tanto e todas as actividades criativas manuais estão em completo desleixo. O equilíbrio entre tudo isto requer uma disciplina que comecei a desenvolver, mas que não consegui cumprir a 100%.

Porque o momento de desligar nunca é o ideal, passam-se horas que depois são roubadas às tarefas do mundo real, mesmo aquelas das quais a sanidade depende. Às vezes não sei distinguir o ponto em que termina o dever e começa o vício. O único limite são os dias, é a esperança média de vida, são os momentos em que uma pessoa acorda para a realidade através de um livro, de um filme, de uma música, de uma conversa.

Creio que já me habituei demasiado a ter tantas coisas à minhas volta que têm a opção de ligar e desligar, mas cujo botão de desligar é bem mais difícil de pressionar do que o outro, mas por causa disso o meu FOMO é maior no que toca ao espaço real. Felizmente, vou sempre a tempo de desligar conquanto queira.

Vanessa

Catarse em memes XII

quarta-feira, 1 de março de 2017

Os 10 mais lidos de Fevereiro de 2017











Fevereiro foi um mês curto, com apenas 16 publicações neste blogue para contar a estória. Nota-se, já que uma lista de mais lidos figura na lista de mais lidos do mês que passou. Não vou fazer promessas vãs de que vou publicar mais este mês, até porque Março já me parece demasiado curto e ainda agora começou. A última opinião literária que publiquei foi em Outubro de 2016. Isso diz muito sobre a minha falta de tempo.

Vanessa