domingo, 17 de janeiro de 2016

O que é que se há-de fazer?


Que não se leia desconsolo algum no título. É apenas uma interrogação retórica em jeito de explicação sobre os meus recentes hábitos de leitura e também sobre as minhas recentes escolhas de leitura.

É que, verdade seja dita, não há muito mais para fazer aqui e está fora de questão, para mim, imitar os vizinhos, que se sentam no alpendre a olhar para a atmosfera ou que se reúnem a falar sobre coisas que eu não entendo totalmente, mas que me parecem ser trivialidades. Por outras palavras, coscuvilhices.

Para além das horas de ócio, o trabalho ainda não começou a abundar o suficiente para causar o cansaço intelectual que normalmente me afasta da leitura. Junte-se a esta equação o facto de a biblioteca de Nagoá de Vernã oferecer uma amostra considerável de livros cuja leitura em Portugal tenho adiado por falta de disponibilidade de vários tipos. Junte-se ainda o meu apetite voraz pela ficção.

Estão aí as razões pelas quais me parece que já li mais em pouco mais de um mês em Goa do que em todo o ano de 2015 em Portugal. Tenho também cedido a vários guilty pleasures (falta-me melhor termo), o que pode ser causa e consequência de tal avanço literário da minha parte.

Na minha última visita à biblioteca escolhi um dos enredos conspiratórios e de ritmo apressado de Dan Brown. Como se vê pela foto, esta cópia de Digital Fortress está em avançado estado de utilização. O que não se vê é a lombada quase a desfazer-se e a decomposição que quase acontece quando se abre o livro.

O papel colado na contra-capa indica-me que sou a décima leitora a solicitar este livro. A lista mostra-me que de 2006 a 2012 ninguém o quis ler, assim como de 2012 a 2016. Fico contente por tê-lo escolhido. Coitado, já devia sentir-se sozinho e poeirento. Por uns dias, vamos fazer companhia um ao outro.

Vanessa

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