segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Moçambique-Portugal-Goa

Nasci em Moçambique, vivi desde sempre em Portugal e sou goesa. É mais ou menos isto que depreendi do que a minha família me tem dito ao longo destes 28 anos em que existo. Neste momento é em Goa que estou, desde o dia 12 de Dezembro. Digamos que é uma aventura aqui estar, porque uma mentalidade europeia aqui tende a adorar este sítio ou a definhar. É fácil perceber a razão e choque cultural é algo que está na ponta da língua de muitos viajantes. É mesmo um grande choque passar do ocidente ao oriente.

A minha estadia aqui tem uma validade de pouco menos de seis meses. Não foi uma decisão fácil, nem tão pouco agradou aos que me são mais próximos. Vim porque se estava a tornar ridículo não conhecer as origens da família Sena e porque a curiosidade levou a melhor. Da família Sousa já conhecia um pouco. Moçambique foi um país agradável de se conhecer e permanecer, mas apenas por um curto período de tempo. 

Agora vou conhecer um outro tanto dos Sousas, já que também membros desse lado da família escolheram Goa como destino. Uma característica comum a ambos famílias é os seus descendentes parecerem preferir não ficar no local onde nasceram. Além disso, muitos não nasceram no local de onde é originária a família. Talvez tenham sido os Senas ou os Sousas a inventar isso da globalização. Quem sabe. 

Até agora, a experiência não desiludiu em emoção e comoção. Já desconfiada disso, o primeiro elemento a ser arrumado na mala foi um bloco de notas generoso. Quem me conhece sabe que tirar notas sobre o que observo e contar estórias são as principais razões que me levaram a escolher o jornalismo como profissão. Isso e mudar o mundo, mas felizmente já não sou tão ingénua. É altura de usar o que aprendi e aquilo de que gosto para partilhar curiosidades. De nada vale saber coisas, se depois não as partilhamos, certo?

Vanessa

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