Já aqui tinha referido que a rádio vai passando músicas antigas, principalmente algumas que coloriram a minha infância e adolescência. De manhã desperta-se lentamente ao ritmo do sol e ao som de música que troveja por estas paredes. Não me atrevo a pedir para mudar as definições da aparelhagem para que o baixo deixe de ribombar. Não tem importância nenhuma aqui e ninguém nota.
Aqui a música vem quase sempre acompanhada de algum ruído. Ninguém se incomoda. Por exemplo, por vezes as estações de rádio estão mal sintonizadas e reagem ao movimento. O volume continua a ecoar pelas paredes, ruído à mistura, sem que alguém vá aperfeiçoar a sintonização. Também não tem importância. Quando não se ouve ou quando o rádio barulha, canta-se o que falta e está bom.
A rádio hoje passou músicas de Natal, o que não coincide com este clima. Ouvir falar de árvores de natal e de neve debaixo desta temperatura tropical é como viver num paradoxo. Ainda assim, as pessoas cá de casa trauteiam alegremente as canções que falam de frio, e prendas, e pais natal, e sinos que tocam, e crianças felizes. Talvez se congratulem por poder desfrutar do melhor do Natal, mas sem passar frio ou ter de lidar com neve.
Para mim não vai ser a mesma coisa. Mas não faz mal.
Vanessa
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