quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Meio caminho andado


Estou cinco horas e meia à frente da maioria dos meus amigos. As noites custam mais do que as manhãs, porque as manhãs passam depressa numa correria para aproveitar a altura em que o sol ainda não acordou totalmente. Mas aqui não há correrias propriamente. O corpo tem de se habituar aos hábitos alentejanos do ir fazendo para não derreter debaixo do sol e gastar energias preciosas.

Reduzir o ritmo é um desafio por si só, mas o fuso horário é o maior de todos. 

A tarde passa rapidamente, porque nessa altura já os meus amigos estão acordados em Portugal e tenho companhia quando estou ao computador. Quando chega a noite é preciso coordenar as tarefas para conseguir falar com quem quero ainda antes de ir dormir. Há ainda a possibilidade de ir dormir muito mais cedo do que o que estou habituada, para conseguir acordar quando ainda é de noite no país que deixei.

Calculo que as épocas festivas vão acentuar a diferença horária. Vou comemorar mais à frente, mas sempre de pé atrás. Agora é mais fácil lidar com o facto de que estou sempre a meio caminho andado em relação aos que me são mais próximos. De manhã não me importo de esperar até que acordem e de noite sou paciente o suficiente para aguardar que saiam do trabalho. O pior vai ser quando a saudade apertar a sério.

A foto mostra a porta de entrada que vejo quando estou ao computador. O sol já começa a cair como uma cortina. São 11 da manhã e o primeiro de dois ou três duches está tomado.

Vanessa

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