domingo, 20 de dezembro de 2015

Do alpendre para o mundo


A internet chega ao meu lugar preferido no alpendre da moradia da família Sena em Nagoá. É um pequeno luxo que me permite escrever submersa no jardim e fazer pausas para prestar atenção ao que se passa na rua.

Há muito que um domingo meu não começava às sete da manhã. Na verdade, hoje as insónias deixaram-me acordada das quatro em frente, mas consegui dormitar na frescura da madrugada. A bem dizer, já no domingo passado, após a primeira noite passada aqui em casa, tinha acordado de manhãzinha.

Agora, café tomado no alpendre, a companhia do Branco, que segue transeuntes conhecidos do lado de cá do muro, mesmo sem conseguir vê-los, música do rádio a tocar uma melodia que faz lembrar filmes a preto e branco, percebe-se o porquê do meu tio António chamar a tudo isto (aquilo que fica no espaço entre os seus dois braços abertos) paraíso. Talvez a mim me pareça ainda mais idílico depois das insónias.

Calhava bem aqui a música What A Wonderful World, se não fosse um dos vizinhos andar a cirandar pela rua enquanto lava os dentes. Obrigado por estragares aqui o ambiente romântico seu dentuças.

Sou capaz de lhe seguir o exemplo, mas só enquanto estendo roupa nas traseiras da casa.

Vanessa

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