Aqui na casa em Nagoá de Vernã não se ouve muito barulho. Ruídos, só os da natureza. É a típica vida bucólica. Não passam muitos carros por aqui e quando passam não buzinam tanto como na cidade. As vozes ouvem-se distantes. As pessoas ficam à sombra a conversar. Normalmente querem saber onde vamos ou de onde vimos. São as únicas expressões em konkani que reconheço sem esforço. Depois de noite o silêncio é apenas quebrado por cães a uivar, uns poucos grupos de jovens que passam, zaragatas entre gatos e coisas do género.
Mas, se há coisa que caracteriza bem a vila é o som dos vendedores. O senhor que vende pão na sua bicicleta começa a buzinar pouco depois das cinco da manhã. É uma buzina bem aguda que ele faz tocar três vezes. Pim pim pim. Ao longo do dia a mesma buzina assombra-nos com a promessa de pão fresco. Há os vendedores de peixe e marisco que gritam repetidamente o produto do dia. Blá blá blá. Há os amoladores, os pequenos arranjadores, os vendedores de tecido e arranjos de costura e outros que tais que também circulam por aí a apitar ou a gritar. Há aqui uma autêntica sinfonia de pequenos negócios que chegam às portas.
Fotos tiradas em Loutolim. Aqui em Nagoá de Vernã é raro sair para ver o que vendem estes comerciantes porta-a-porta. É que se lhes damos um bocadinho de confiança (às vezes basta só olhar na direcção deles) eles quase que nos querem vender a roupa que têm no corpo e ainda a avó.
Vanessa
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