Estive a ler este artigo sobre porções em termos nutricionais, que é aparentemente um problema gigantesco hoje em dia, roubando ali a metáfora do título do The Guardian.
É interessante porque parece-me que aqui as pessoas comem imenso coisas que aprendi terem de ser regradas. Arroz, por exemplo. Aqui come-se arroz como nunca vi, tipo o equivalente a mais de duas mãos grandes bem cheias, a transbordar. O artigo indica que a porção recomendada de massa, 150 gramas, é do tamanho de uma bola de ténis e a de batata, 180 gramas, é do tamanho de um rato de computador.
Aqui é normal as bebidas serem açucaradas a preceito. No campo das sobremesas, tudo o que é doce, aqui é super doce e unido em formatos e untado com ghee. Toma lá colesterol e diabetes numa só dose, em pedacinhos coloridos, com um design que faz lembrar as tatuagens de henna em formas de papel.
Aqui o que fazem bem é a dose de proteína animal, que normalmente é pequena comparada com a dose portuguesa. É assim uma palma de mão, mas com muito molho. Legumes nem vê-los. Talvez cenoura e ervilhas, a boiar nos molhos engrossados por coco ou dahl. Falo dos goeses. Os hindus parecem mais saudáveis.
Aqui uma pessoa esquece-se de certas coisas que aprendeu na escola, é verdade. Continuo a não conseguir comer num só dia a dose que os goeses consomem de arroz. Juro. De hidratos prefiro o que os hindus têm para oferecer: chapatis, rotis, naans. Confesso que tenho um carinho especial pelos caris de legumes (ai o veg kolhapuri) e pelas lentilhas à moda hindu. Ainda não me fartei das samosas de legumes, normalmente de batata e lentilhas. Ainda ontem a minha dose ultrapassou a recomendada.
Aqui as proporções são de acordo com a vontade.
As minhas são sempre bem liberais.
Vanessa
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