A meu ver aceitar o que nos pedem sem nunca impor condições traz um grave problema: abre caminho a que nos seja pedido cada vez mais e a satisfação de ajudar nem sempre compensa o esforço.
Se os outros não conhecem limites, temos de ser nós a impô-los. Por vezes um não é a melhor resposta. Por vezes ignorar também. Por vezes temos de sacrificar o que os outros precisam pelo nosso bem-estar.
A disponibilidade é uma comodidade muito importante hoje em dia. Se não formos nós a valorizá-la, ninguém o vai fazer por nós. Gastar o nosso tempo com o que nos é importante é crucial. É aí que entra o não.
Se tivermos em conta as nossas prioridades, não custa tanto não dizer que sim a tudo, porque temos em conta o que está nos primeiros lugares. Primeiro nós e os nossos objectivos. Depois os outros e os objectivos deles.
Tanto em termos profissionais como pessoais, o nosso tempo é para ser gasto com as nossas prioridades e é importante que o descanso esteja incluído aí. Apenas o que sobra é aquilo de que dispomos para o restante.
Foram raras as vezes em que dizer sempre que sim me abriu caminhos satisfatórios em termos pessoais. Na maioria das vezes, o intuito em ajudar teve um intuito pessoal que depois não se concretizou.
Depois de anos de bom samaritanismo, coisa que se aprende na escola, na catequese e em casa, começar a dizer que não foi altamente revigorante. Continua a sê-lo. E agora já não custa nada.
Ajudar traz satisfação e é bom ajudar, mas se quisermos ser mais ou menos matemáticos, um, dois ou três favores é aceitável, digamos, num ano. Mais do que isso é abuso e sinal de que dissemos que sim demasiado.
É uma medida liberal, para ser usada conforme a hierarquia nos permite. Pode parecer um método demasiado materialista, egoísta ou maldoso, mas vale mais isso do que ser um bonzinho atarefado.
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Vanessa
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