segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Book Review | Saturday Requiem (Frieda Klein, #6) by Nicci French

This is the last installment of the Frieda Klein series so far, but Nicci French already confirmed a seventh book to be in the works, which will be the last one. In Saturday Requiem, Klein is asked to look into an old police case where a whole family has been murdered. Once more, she accepts the challenge.

It's great to be reunited with all the characters in Klein's life and a few new ones. As always, these books are well crafted, although the recipe feels the same. That's not to say this is a boring book. It feels familiar, but with a different story, a quick pace and interludes that show the main character taking walks in London.

Frieda is like a dog with a bone, unwilling and perhaps not capable of letting go of her instincts, which is the main reason no one else believes her until she's able to prove her point. It's annoying to know she's got it right so many times, yet she's always doubted at first, including by the police. Even people she interviews know and trust her for her abilities to get to the heart of the matter. Authorities, on the other hand, seem to hate her.

This case was not as interesting to me as past ones though. It was full of twists and turns as usual, but not as gripping for some reason. Dean is also back to haunt Frieda, but this time he exceeded himself. The conclusion felt devastating this time and it all ends with a cliffhanger, which means I'll have to wait for the final book to know what happens. Once more, Frieda's house is no longer her beloved sanctuary.

It was a good read, refreshing and interesting, with many details developed carefully and surprises until the end. This is one of my favorite book series. Here's to hoping the next one doesn't take long.

8/10

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Vanessa

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Catarse em memes VII

Resumo do documentário Fillet Oh Fish em 10 pontos

Fillet Oh Fish é um documentário para quem gosta de peixinho e acha que é seguro comer tanto quanto queremos para uma dieta saudável. O documentário realizado por Nicolas Daniel conta como o consumo de peixe duplicou nos últimos 40 anos, como têm surgido no mercado novas espécies de peixe (peixe gato, estou a olhar para ti) com origens algo obscuras, e como os filetes, tão fáceis e cómodos, escondem uma verdade difícil de engolir. Se vos agucei o apetite, aqui está o documentário no YouTube.

Para quem dispensa ver, até porque não contém legendas em português, aqui está um resumo:

1. Grande parte do peixe gato, conhecido como peixe-panga, vem do Vietname, onde é produzido em aquacultura. As águas vietnamitas são extremamente poluídas por resíduos tóxicos de fábricas e dejectos humanos, e a água da aquacultura nem sempre são protegidas da poluição exterior. O peixe é alimentado a ração e cresce ao dobro da velocidade normal. É tratado com químicos. Não há muitos estudos científicos sobre o peixe, portanto ficamos na mesma. O melhor é consumir com moderação.

2. A Noruega produz muito salmão, o que rende quatro mil milhões de euros anuais. As águas são poluídas. A maioria do salmão é de aquacultura e apresenta 14% a 34% de gordura por comparação ao selvagem, que contém 4% a 7%. O problema da gordura é que acumula concentrações de toxinas da água.

3. As espécies modificadas geneticamente, quase todas, inclusivamente salmão e bacalhau, apresentam defeitos que não vemos uma vez que o que consumimos são primariamente os filetes. Por exemplo, o bacalhau tem permanentemente a boca aberta e o salmão fica com uma carne quebradiça e de cor clara.

4. Uma investigação francesa concluiu que o salmão de aquacultura contém mais toxinas do que qualquer outro produto. Em ratos de laboratório, a inclusão de salmão não selvagem tornou os ratos obesos e diabéticos. A maioria dos poluentes do salmão provém da ração com que são alimentados.

5. O Mar Báltico é um dos mais poluídos do mundo. O peixe dessa região está contaminado com toxinas e radiação. A água deste mar não é renovada frequentemente, além de ser um ponto de acesso de nove países altamente industrializados. Uma vez que o peixe daí não é próprio para consumo humano, é usado na ração de outros peixes, como o salmão de aquacultura, que por ter mais gordura, guarda mais toxinas.

6. A ração usada apresenta níveis altos de um tipo de pesticida conhecido como etoxiquina, usado em quantidades muito moderadas para tratar borracha, frutas e vegetais. No peixe é usado para que a carne não fique rançosa. O pesticida é produzido pela Monsanto. Não há estudos oficiais sobre o impacto da etoxiquina nos humanos, excepto o de uma investigadora que foi despedida e que por isso não pode publicar as suas descobertas em publicações científicas, ainda que haja indícios de que a etoxiquina tenha efeitos nefastos no cérebro, quebrando a barreira sanguínea, e seja potencialmente cancerígena.

7. O peixe que não é usado nos filetes, incluindo a cabeça e a pele (enfim, toda a carcaça) é transformado em polpa que é usada em produtos processados, inclusivamente refeições prontas, muitas vezes sem aparecer nos ingredientes. Se a composição não indica que contém filete de peixe, provavelmente o que contém é a polpa (que tem um aspecto bem intragável). A polpa pode conter várias espécies de peixe. Da mesma forma que houve aquele caso de carne de cavalo nas almôndegas, também pode haver casos assim com peixe.

8. As autoridades francesas, que durante 30 anos aconselhavam o consumo ilimitado de peixe, aconselham agora a que se consuma peixe no máximo duas vezes por semana. 

9. Médicos e nutricionistas temem os efeitos da produção de aquacultura na saúde humana, especialmente em termos de doenças como o cancro, ainda que não abundem estudos científicos na matéria.

10. O melhor é consumir peixe pequeno, rico em nutrientes, como a sardinha e o carapau, e evitar o consumo frequente de peixes grandes e gordos como o salmão, especialmente se for de aquacultura.

Nota: isto é um resumo do documentário, mas pode conter vestígios da minha própria parcialidade.

Vanessa

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Tendência cibernética | Eugenia Cooney

É youtuber, norte-americana e estima-se que pese 27 quilos. Eugenia Cooney conta com mais de 800 mil subscritores e mais de 82 milhões de visualizações no seu canal no YouTube, onde o público-alvo são os adolescentes. Eugenia, de 22 anos, é mais magra do que as primeiras imagens que representam anorexia quando se procura por elas no Google, mas a youtuber diz que a sua magreza é natural e que está bem de saúde.

É certo que há sempre um novo drama na internet, que move as massas e causa reboliço. Este caso acredito que valha a pena debater. Foi criada uma petição para retirar temporariamente o conteúdo de Eugenia do YouTube uma vez que a jovem "tem vindo a influenciar espectadores" com a sua aparência, que tem vindo a piorar desde o início do canal, mas a qual a youtuber mostra "como se não fosse nada" em nome da fama online.

A maioria dos comentários recentes nos vídeos de Eugenia focam-se no seu estado de saúde. Há quem comente que apenas tem prestado atenção ao canal da youtuber para não perder a notícia da sua eventual morte, há quem pergunte mesmo como é possível ainda não ter morrido com a magreza que apresenta, há quem acuse a jovem de ser má influência, há quem a aconselhe a alimentar-se. Há todo um novo conjunto de vídeos de outros youtubers dirigidos a ou sobre Eugenia. Já há notícias a sair nos meios de comunicação.

Mais de 11 mil pessoas já assinaram a petição para banir temporariamente os vídeos de Eugenia. No universo da internet não são muitas pessoas, mas a causa pode ter impacto nos conteúdos online. Por exemplo, Eugenia é extremamente magra, mas existe também o reverso da medalha no YouTube. Por que razão gera mais impacto uma possível anorexia em vez da obesidade? Que critérios deverão ser usados para banir a influência da imagem devido à possibilidade de influência negativa na audiência? Quem decide? Como proceder? Como prevenir?

Anterior:
Tendência cibernética | Marina Joyce

Vanessa

terça-feira, 25 de outubro de 2016

My Top 5 Books To Read This Halloween

If you don't know what book to read this Halloween season, I have five suggestions, directly taken from my favorite books shelf. They might not be full-on horror, but they're quite sinister and eerie.

1. The Historian by Elizabeth Kostova
A girl finds a bundle of old letters in her dad's library, all written to a certain "My dear and unfortunate successor." If you dive into this story, you will find yourself travelling through Eastern Europe in old fashioned trains, dusting off old books in libraries and, best of all, immersing in vampire lure. This is quite a long book with its 704 pages, but I personally wish there was more to read when I got to the end.

2. Sharp Objects by Gillian Flynn
A recent read, this book grabbed me by the wrists and would not let go of me until I turned the last page. Gillian Flynn is now one of my favorite authors. This is a story about a reporter who goes back to her hometown to investigate a murder and a possible kidnapping. But the main character is so grim herself that you don't know which way to turn. Here's my review in case you want to know more about it.

3. A Long Way Down by Nick Hornby
If you're not in the mood for something dark this Halloween, this is a good option. It's dark, but the dark has humor in it. Four people decide to commit suicide on New Year's Eve. They all have their reasons and they're all a bit insane. It all ends up being quite an adventure. You can read more about it here.

4. The Thirteenth Tale by Diane Setterfield
If you enjoy reading and writing, and also creepy stories, I think you would like this one as much as I do. A young woman finds a letter (I know it's a pretty similar start as The Historian) from a bestselling author who wishes the main character to write her biography. Her tale ends up being much scarier than what was expected and it's her last story, never included in her famous book Thirteen Tales of Change and Desperation.

5. The Woman in White by Wilkie Collins
A Gothic Victorian novel is always a good choice for Halloween. In this one, a series of narrators develop a tale that starts in a London road, where a woman in white is seen. This book is eerie, menacing and one of the best detective novels for those who like the slow, delicious pace that lets the reader savor each moment.

Vanessa

Atenção: aqui há muita secura XI

Nunca discutam o infinito com um matemático. A discussão nunca mais acaba.


Vanessa

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Alerta de phishing para quem tem conta no banco Montepio

Se receberam um email com o assunto "Estimado cliente Montepio seu acesso ao net 24 pode ser bloqueado" enviem-no para a vossa caixa de spam e façam uma denúncia do remetente. Não façam como eu, que certo triste dia caí na armadilha. Se receberam qualquer outra mensagem do género, verifiquem o remetente, porque normalmente estão cheios de números e raramente têm o domínio do banco. No meu caso, que recebi hoje dois emails do género, um dos remetentes é cliente_montepio13568690@vps.enlacediseno.com e o outro cliente_montepio37100777@www-stallman.1984.is. Já reportei também a situação ao banco.

Ainda que não consiga ver os emails em detalhe, por já ter denunciado ao Gmail, posso ver que mostram cabeçalho e rodapé parecidos aos oficiais, e os contactos mostrados no final são mesmo os do Montepio. Lamentavelmente, estas situações continuam a acontecer. O meu caso aconteceu em Julho, e tomadas todas as diligências, não há ainda novidades por parte do banco. Não esperava uma resolução que abonasse a meu favor, admito, mas não estava também à espera que continuassem a existir tentativas de phishing que conseguem roubar a imagem a uma entidade depois de pelo menos um caso lhes ter sido reportado.

Vanessa

Caso não tenham reparado

Chegou aquela altura do ano. Aquela altura em que uma pessoa já se esqueceu do que é o frio, quanto mais o que é a chuva. Aquela altura em que a roupa não seca nem por nada e quem não tem uma máquina de secar fica entalado. Aquela altura em que a roupa fica desconfortável e chega a ficar com um cheiro esquisito. Aquela altura em que as persianas dão muito jeito e quem tem vidros duplos pode sorrir de alívio. Aquela altura em que o consumo de gás dispara. Aquela altura em que mais vale ficar em casa, porque a alternativa é o centro comercial e entretanto está a chegar o natal, por isso não. A minha altura preferida do ano.

Eu posso explicar. A meio do inverno já estou farta do frio e da chuva, é verdade, mas o início é a minha fase preferida, quando o frio ainda não é insuportável e ir à rua não é ainda um martírio. É aquela altura em que posso virar eremita sem ter quem me diga que devia sair mais e aproveitar o sol. Porque não há sol. Por isso é socialmente aceitável ficar em casa, agarrar numa manta e num livro, e ficar sossegada.

Ouvir a chuva. O vento. As tempestades. Mil canecas de chá e infusões. Outras quantas de café. Bolos e biscoitos. Livros e filmes e séries. Que sorte a minha, poder trabalhar em casa. Uma manta ao colo, o pijama polar. Ouvir a chuva e o vento por cima de todo o barulho que dantes havia. Ao longe, o riso dos miúdos a ir para a escola e os passos nas poças. Os carros a passar e a levantar água. Cá dentro, o aconchego.

Vanessa

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Catarse em memes VI

Anuidades

Um ano não tem o mesmo peso de antigamente. Antigamente um ano era para mim um infinito. Depois de 1990 se tornar uma coisa de há 20 anos, a minha noção do tempo mudou. Já não consigo definir eventos pelos anos em que aconteceram com a mesma facilidade. E 365 dias já não têm grande impacto.

Planear para daqui a um ano não é assombroso. Mas pensar no que aconteceu há um ano é muito, porque o entretanto correu. Há mais de um ano fui para a Índia. É mais bonito pensar que há um Inverno fui para a Índia. Não deixa de ser surpreendente. Foi um marco, mas ficou diluído até me lembrar que aconteceu há mais de um ano e que esse ano passou num estalar de dedos. Para continuar com metáforas, foi um sopro.

Hoje li sobre como fazer o tempo parecer mais lento na passagem. Li que para que isso aconteça, é preciso aprender e fazer coisas novas. Que isso vai contra a rotina e por isso o tempo parece abrandar. Não concordo. É um paradoxo, porque o tempo parece passar mais rápido quando nos divertimos. Fez todo o sentido quando li, mas depois deixou de fazer quando pensei nisso. Não há forma de travar o tempo.

Vanessa

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O Efeito Mandela

No episódio V de Star Wars, o que diz Darth Vader a Luke Skywalker? "Luke, I am your father"? Não, foi "No, I am your father". O C-3PO é todo dourado? Não, tem uma perna prateada. No mais célebre retrato de Henrique VIII, o monarca segura uma perna de peru na mão esquerda? Não. O chocolate Kit Kat tinha um hífen? Não. A música original dos Queen, We Are The Champions, acaba com "Of the world"? Não, simplesmente acaba com "'Cause we are the champions". O boneco do Monopólio usa um monóculo? Não. A ponta da cauda do Pikachu é preta? Não. No Silêncio dos Inocentes, Hannibal Lecter diz, "Hello, Clarice"? Não, só diz "Good morning".

As falsas memórias colectivas são tão comuns que têm um nome. São o Efeito Mandela. O nome vem da falsa memória de que Nelson Mandela teria morrido enquanto estava na prisão. A explicação para o fenómeno mais relacionada com o Efeito Mandela é a de que existem muitas realidades paralelas e há pontos em que as realidades se fundem, modificando a realidade que conhecemos para aquela de uma realidade paralela.

Por outro lado, uma teoria alternativa (especialmente proveniente de fãs do filme Matrix, com certeza) é a de que há erros na matriz (em inglês, glitch in the matrix) que se tornam óbvios com o passar do tempo. Outra teoria é a de que há pessoas de outras realidades que acordam nesta e lembram-se das coisas como foram na realidade onde cresceram ou espalham falsos factos baseados nessa outra realidade.

Existem ainda outras explicações fantásticas. Por exemplo, a de que alguém viajou ou encontra-se a viajar no tempo e mudou pormenores da história. Para quem acredita nesta ou explicações do género, só assim se pode justificar que tanta gente tenha a certeza de uma coisa que na verdade é diferente.

Eu tenho duas explicações, uma mais racional e outra mais para o conspiracional. 

A primeira é a de que o ser humano é impressionável e as lembranças são influenciáveis. Há coisas que foram passando de pessoa para pessoa, sendo que os pormenores mudaram logo na primeira versão ou ao longo do canal de comunicação, e há obras de ficção baseadas em obras anteriores ou com detalhes de anteriores que depois vieram deturpar aquilo que se fez anteriormente ou até factos históricos. 

A segunda é para quem leu ou conhece a estória do livro 1984, de George Orwell, portanto cuidado com os SPOILERS. No livro, o Ministério da Verdade, um dos quatro ministérios do governo da Oceania, é um sector que se dedica a falsificar a história para que se conforme com o que é dito pelo Big Brother e pelo governo. Os funcionários modificam ou eliminam notícias de forma a alterar a memória colectiva. 

Eu bem disse que esta teoria é conspiracional. Por acaso não a vi em lado algum quando se fala no Efeito Mandela, mas quando li a explicação para o Efeito, lembrei-me imediatamente do livro. Talvez exista um sector secreto de pessoas que em vez de viajarem no tempo para mudar a história, muda simplesmente aquilo que está nos repositórios históricos e deixam as pessoas confusas. Até agora não se mudou nada significativo.

Mas se calhar o objectivo é habituar-nos a essas pequenas alterações de tal forma que daqui a uns anos não achemos estranho outras coisas mudarem. Já vimos coisas mais estranhas acontecerem.

Há quem se lembre de uma Mona Lisa mais séria do que hoje em dia. Será que alguém foi lá pintar um sorriso mais óbvio? Nos fóruns norte-americanos do Efeito Mandela, há quem diga que se lembra de Portugal ser maior, quase tanto como Espanha, ou que certos países estão em sítios diferentes de onde estavam nos tempos de escola. Será que alguém andou a mudar os mapas ou os países realmente mudaram? Há quem se lembre do McDonald’s escrito como MacDonald’s. Será que o A caiu? A resposta oficial é não.

Eu confesso que sofro do Efeito Mandela. Por alguma razão, lembro-me de ver o mapa do mundo na escola e juro, assim como muitas outras pessoas também juram, que havia uma ilha ao lado da Austrália que hoje em dia não está lá. Há pelo menos uma imagem na internet que mostra essa ilha, retirada de um vídeo em que o globo terrestre tinha sido girado (e não parece ser ilusão de óptica), mas não é possível ver o nome da ilha.

Estranho, não?

Vanessa

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Os meninos deviam saber fazer tarefas domésticas

Uma mãe dos Estados Unidos, que participou no programa 16 and Pregnant da MTV (mas agora com 22 anos), partilhou no Facebook fotos do filho a cozinhar e a arrumar a loiça com um texto a explicar que os meninos deviam ser ensinados a fazer as tarefas domésticas, não só as meninas, para seu bem individual e para bem da sociedade. A opinião vai ao encontro daquilo que sempre pensei sobre o assunto.

Todos os meninos que já conheci tiveram de aprender as tarefas básicas da vida à força mais tarde e ainda que um ou outro diga que só se aproveitou da mãe porque ela própria fazia questão ou pelos menos deixava, eu cá acho que o nível de eficiência depois da aprendizagem tardia não é o mesmo de quem se habituou desde pequeno a fazer as coisas sem ser sob a alçada da mãe. Nota-se pelo estado da cozinha depois de por lá passarem ou do tempo demorado a limpar ou do tempo total a fazer coisas simples.

A publicação da mãe norte-americana gerou concordância, mas também contestação. Fora os comentários parvos de quem não tem mais o que fazer, um ou outro levantou uma questão importante: o de as meninas também ficarem com lacunas na aprendizagem por não serem ensinadas outras tarefas domésticas mais pontuais, como a reparação de equipamentos, ou outras como mudar um pneu. Concordo.

Eu cá não sei nada de jeito em termos de bricolage, o que é uma pena porque dá tanto jeito como saber cozinhar. Por outro lado, se formos a ver, se as meninas forem ensinadas, como eu fui, a cozinhar e limpar e coser e passar a ferro, além do tempo para a brincadeira e para o estudo, não sobra muito mais tempo para aprender as tais coisas pontuais. Por outro lado ainda, o que é pontual não é tão frequente quanto o que é necessário e felizmente hoje em dia há o Google e o YouTube para nos ensinar quando é preciso.

A ter de escolher, eu preferia aprender as tarefas domésticas frequentes. Dão muito jeito, para o menino e para a menina. Quanto às outras tarefas, felizmente há sempre meninos dispostos a fazê-lo e muitas vezes apenas a troco de uma refeição. Faz-se ali uma troca e ficamos logo quites e toda a gente vive feliz.

Dúvidas existenciais II

Isto anda aqui um blogue muito literário ultimamente e para não fugir ao assunto eis a minha segunda dúvida existencial. Os livros que estão à venda nos super e hipermercados. Quem os compra? Nunca vi quem levasse no cesto ou no carrinho uma edição do Saramago ou até do Pedro Chagas Freitas ao lado de pacotes de massa e cereais de pequeno-almoço (mas livros combinam bem é com bebidas quentes e chocolate).

O mais engraçado é que em conversa com uma amiga que trabalha numa editora fiquei a saber que um dos locais onde mais se vende livros é mesmo nos super e hipermercados. Eu cá nunca vi ninguém comprar livros nas grandes superfícies nem eu alguma vez comprei. Para dizer a verdade, sempre pensei que talvez estivessem lá para as pessoas se entreterem enquanto pensam no que levar para o jantar ou algo do género.

Dúvidas existenciais I

Vanessa

Atenção: aqui há muita secura X

Queria comprar um livro sobre fobias, mas tenho medo que não me ajude.

Fuja da chuva com a secura desta tirada.

Vanessa

Book Review | Such a Long Journey by Rohinton Mistry

This books unravels in Bombay, India, in 1971. A family goes through what so much others have been through. Political turmoil, corruption and war, specifically the Bangladesh Liberation War with Pakistan. Many Difficulties. Internal conflict. But also many tales and metaphors and melancholy.

Rohinton Mistry wrote what is now one of my favorite books, A Fine Balance. However, this is a completely different novel. Much more political and grounded in detailed events. But not without a dose of superstition and religion and magical things to cure physical problems that cannot be dealt with otherwise.

The first and second acts were enjoyable and intricate. The third one was too political for my taste and left the story to be developed through the cracks of everything else. What saved it was the charismatic characters. One feels compelled to keep going to finally understand where they're headed.

I found this book to be dense, but also very enjoyable overall. There is intrigue and shock and amazement. It's beautifully written, but not without Mistry used words from Indian dialects that were hard to understand and Google did not offer much help. It made me feel like something was missing.

Now there's only one book from Mistry that's left for me to read. I'm hoping it's going to be A Fine Balance between it and this one. This is certainly an author to look for.

7/10

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Vanessa

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Certezas dos tempos modernos: motivação

A motivação e a disciplina andam de mãos dadas. Motivação é sinónimo de entusiasmo, ânimo, inspiração, encorajamento. Com isto é fácil perceber que a motivação é um aliado do sucesso profissional.

É mais fácil falar de motivação se percebermos o que acontece com a sua falta. Uma pessoa desmotivada é com certeza menos produtiva do que o seu potencial permite ou pelo menos menos realizada.

Ser uma pessoa motivada não significa ser uma pessoa optimista e alegre, mas isso certamente ajuda. Uma atitude positiva é mais produtiva e gera mais produtividade do que uma atitude de desmotivação.

As atitudes positivas criam-se com satisfação pessoal que baste, quer seja pelo reconhecimento do que se já atingiu, quer seja pela paixão pessoal que nos move em direcção aos nossos objectivos.

Para isso, tal como acontece com a disciplina, é preciso ter em mente (ou em papel) o que temos de fazer e recordarmos aquilo que podemos atingir com o que temos de fazer. É o resultado que nos incita a mais.

Mas o (bom) humor é o que nos incita a mais mesmo depois de falhanços, o que é igualmente importante. Nesse aspecto, a meditação ou o trabalho em prol da satisfação pessoal são ferramentas úteis.

Hoje em dia é simultaneamente mais fácil e mais difícil obter motivação. É uma questão de perspectiva, mas principalmente uma questão de como escolhemos lidar com os nossos afazeres.

Segundo os estudos do psicólogo Paul Ekman, a nossa expressão facial é influenciada pelo que sentimos internamente, mas o inverso acontece também e com a nossa expressão podemos mudar os sentimentos.

Movimentos expansivos, como os da dança, mudam comprovadamente o nosso humor, especialmente por serem quase opostos a posições que adoptamos quotidianamente, como a de usar o computador.

A escolha profissional é também um factor a pensar. Das duas uma: ou escolhemos um trabalho interessante, ou pensamos no trabalho como um meio para atingir um fim que nos é favorável.

Atitude e perspectiva, aspectos psicológicos sob o nosso controlo, são sempre determinantes para uma motivação que nos leva a conseguir atingir os nossos objectivos de forma expedita.

Mais:

Vanessa

Palhaços

Será uma campanha publicitária? Será obra dos Illuminati? Será que existe por aí uma comunidade de palhaços? Será isto uma partida dos alienígenas que vivem entre nós? Ainda ninguém sabe. Há palhaços sinistros a surgir, agora em todo o mundo, e ninguém se chega à frente para explicar a razão para o fenómeno. Ninguém sabe sequer se as armas com que normalmente são vistos são reais ou parte da fantasia.

Parece que a moda pegou nos Estados Unidos, mas é difícil confirmá-lo, tendo em conta que a) ainda ninguém conseguiu chegar ao paciente zero (se bem que se desconfia que o primeiro de todos foi a 1 de Agosto em Wisconsin) e b) os Estados Unidos devem ser dos países que mais publicam eventos na Internet, por isso é natural que tenham sido os primeiros a divulgar imagens  e vídeos destes palhaços.

No Reino Unido há um tipo que se veste de Batman para combater estes "palhaços assassinos" e o McDonald's já comunicou que o seu palhaço-mascote vai deixar de fazer aparições públicas tão constantes para não se misturar com o fenómeno e o Stephen King, autor de uma das estórias de terror mais famosas do mundo com um palhaço vilão, já aconselhou a que se acalmasse a histeria e os profissionais do ramo já se pronunciaram também.

Por cá, a imprensa falsa resumiu o caso português num astuto título: "Portugueses não temem febre dos 'palhaços sinistros' pois cruzam-se com vários, ao longo dia, há muito tempo". Nada temos a temer, portanto. Ainda assim, não deixa de ser intrigante. Como é que a figura do bicho papão se pôde ter transformado num ser tão colorido? Até onde vai chegar este pandemónio? Eu cá não faço ideia.

Quem quiser ver vídeos com estes palhaços sinistros, pode encontrar vários aqui e aqui. São vídeos do YouTube de alguém que compilou vários testemunhos nos Estados Unidos. Bons sonhos, hoje.

Vanessa

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Atenção: aqui há muita secura IX

Contar piadas à minha amiga cleptomaníaca não resulta. Ela leva as coisas literalmente.


Vanessa

Eu procrastino

E tu, procrastinas? Eu faço-o tão frequentemente que já se tornou o meu estado normal. É o meu método. Em vez de fazer o que tenho para fazer, faço outra coisa. Trata-se de um ciclo de tarefas adiadas.

Sou tão especialista na matéria que até criei este blogue para procrastinar à vontade. É levado bem mais a sério do que usar um filme ou uma série como pretexto para adiar o que quer que seja.

Eu cá acho que no procrastinar é que está o ganho. Por exemplo, estou agora a divagar sobre procrastinar quando devia estar a trabalhar. Se estivesse a trabalhar, vocês não teriam o que ler.

Mais: se estivesse a trabalhar não deixava o trabalho para as últimas e não fazia um bom trabalho, porque eu cá funciono bem é sob pressão. Mas agora vou procrastinar esta publicação com o trabalho.

Pensei que o trabalho me inspirasse para uma tirada final, mas por acaso não. Por isso, deixo-vos apenas um conselho: não deixem para amanhã o que podem fazer hoje. Deixem para depois de amanhã.

Procrastination Is Not Always Wasted Time

Vanessa

O negócio da culpa

O pequeno comércio não está em vias de extinção apenas por culpa das grandes superfícies. A culpa é também dos consumidores que preferem a diversidade de oferta, o estacionamento, o horário alargado e o atendimento cordial e rápido que é difícil encontrar no comércio local. A tia Joaquina da lojinha de esquina raramente não está sisuda e lamentavelmente não tem tantas promoções como os supermercados têm.

O mesmo se passa com as farmácias versus as parafarmácias, as marcas versus os genéricos, as marcas versus as marcas brancas, o artesanal versus o industrial, a comida lenta versus a comida rápida.

O mesmo se passa com os táxis versus a Uber e a Cabify. São os consumidores que ditam quem fica e quem vai e as razões frequentemente têm que ver com preço e comodidade em medidas variáveis. 

Se todos nós nos insurgíssemos contra a concorrência, o mundo estaria perdido. Era bibliotecárias a protestar contra o Google (li isto em algum lado), lojistas a protestar contra donos de lojas online, carteiros a protestar contra provedores de email, produtores de legumes e fruta a irem a Espanha protestar contra as importações.

Hoje em dia, quando as empresas pretendem estudar os seus falhanços fazem uma coisa que se chama estudo de mercado. É assim que se percebe o que falta no nosso produto por comparação aos produtos mais vendidos. Claramente não estamos a par da concorrência, por isso vamos lá ver o que se passa.

São novos tempos e todos nós temos de lidar com isso de forma civilizada. Provavelmente daqui a uns anos o automóveis que se conduzem sozinhos vão ser comuns. O que farão os taxistas nessa altura? 

Daqui a uns anos, a maioria dos postos de trabalho com humanos vai continuar a ser substituída por máquinas. O que faremos todos nós nessa altura? Ir para a rua gritar e partir propriedade alheia não é com certeza a resposta. Estes problemas têm de ser pensados de antemão. Todos nós, como produtores e também como consumidores, devíamos começar a pensar nestas coisas. Vá lá, não sejam taxistas. Muito cedo?

Vanessa

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Catarse em memes IV

Como Ler Mais e Melhor em 5 Passos

A leitura é uma necessidade humana a nível mental que contribui para uma vida saudável. No entanto, no corre-corre diário e com muitas outras necessidades a exigir tanto do nosso tempo, torna-se difícil encontrar espaço para a leitura. Aqui estão cinco passos simples para conseguir ler mais nos dias que correm.

1. Adquira livros. Físicos ou digitais, da biblioteca ou de uma loja (física ou online).

2. Desligue os aparelhos que o ligam à internet.

3. Comprometa-se a pelo menos meia hora de leitura diária.

4. Aproveite todos os espaços de tempo disponíveis para ler.

5. Leia, de facto.

Não basta apenas ler em quantidade. É preciso também ler em termos de qualidade. Para isso, é preciso não perder tempo e ao mesmo tempo aproveitar o que tem disponível para extrair da leitura o máximo que conseguir. Eis cinco passos para conseguir ler melhor que o ajudarão também a ler mais.

1. Elimine a leitura silábica. Ler sílaba a sílaba em vez de palavra a palavra torna-se um empecilho para quem pretende ler mais e melhor. Foque-se nas palavras e, se puder, em conjuntos de palavras.

2. Leia mais rápido. Ler em voz alta ou mentalmente (subvocalização) reduz a velocidade de leitura. O truque é apenas imaginar o que se está a ler, juntamente com o ponto anterior, para ler mais rápido.

3. Diminua o movimento de olhos. O movimento dos olhos pode atrasar a rapidez de leitura. Por isso, tente afastar a página do olhar de modo a conseguir ler grupos de palavras de cada vez.

4. Escolha livros dos seus géneros preferidos, mas mantenha uma selecção variada. Manter a actividade dinâmica é uma forma de motivar a sede de leitura. Depois de sistematizar os métodos de leitura e eliminar distracções será mais fácil focar-se e querer ler mais e melhor. Querer é poder.

5. Se nada resultar, leia na mesma. Parar de ler nunca é opção.

NOTA: Alguns destes conselhos são claramente irónicos. Outros são baseados em estudos científicos feitos por especialistas na matéria. Gosto de misturar as coisas. Boas leituras.

Vanessa

Atenção: aqui há muita secura VIII

O canibal chegou atrasado à festa. Já só havia um sortido de carnes frias.

Serviço de secagem automática gratuito aqui.

Vanessa

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ghostbusters 2016 e a jogada suja da Sony Pictures



O filme Caça-Fantasmas ou Ghostbusters de 2016, realizado por Paul Feig, é uma mistura de remake e reboot do êxito de bilheteiras da década de 80 do século passado com quatro mulheres como protagonistas numa altura em que remakes e reboots estão na moda e o feminismo e o anti-feminismo também. 

Começo por dizer que o filme é mauzinho. Atenção que o digo sem reservas. A qualidade de um filme não se mede apenas pelo elenco e desgostar de um filme com tantas mulheres não quer dizer que seja uma pessoa misógina. Eu até sou mulher. O filme é mauzinho e pronto. Confesso que foi melhor do que pensei que seria, mas não deixou de ser uma desilusão. Faltou-lhe muitas coisinhas para ser bom.

A maioria das piadas não teve piada. Os homens deste filme são a) burros que dói; b) arrogantes; c) burros e arrogantes. As mulheres são meras caricaturas. Há a cientista de física quântica (que nunca comprovou as suas habilidades) peculiar e púdica; há a cientista louca que constrói armas mortíferas; há a cientista gordinha que nunca fez nada de especial mas bem-humorada; há a negra que parece um estereótipo.

Há cenas de outros trailer que não apareceram no filme. Há piadas demasiado fáceis e humor físico que chega a cansar. Sim, já sabemos, os fantasmas deitam gosma. Sim, já percebemos, o vosso recepcionasta é tão atraente quanto burro. Há também pequenos críticas à sociedade. Por exemplo, o preço das rendas das casas. SPOILER. Não deixa de ser estúpido que um grupo de cientistas depois decida usar dinheiro público para alugar um edifício de que gostaram muito. "Ah, isto é muito caro. Mas se forem os outros a pagar, está bem."

Os efeitos especiais, para um filme de 2016, deixaram a desejar. Percebo que talvez tenham tentado imitar os filmes originais, com espíritos feitos de ectoplasma e cores fluorescentes. Contudo, o principal problema deste filme é guiar-se pelo original em vez de ser... original. Se o filme se tivesse separado dos anteriores e criado um enredo inédito, com uma visão fresca, teria sido bem melhor. Agora assim, foi apenas mais um falhanço.

Não há qualquer reconhecimento pelos eventos dos filmes anteriores, mas há cenas (e aparições) que são certamente homenagens aos Caça-Fantasmas e chegam a copiar elementos, inclusivamente o logótipo do original. Daí que tenha apelidado o filme de remake (filme refeito) e reboot (estória original recomeçada).

O trailer que coloquei aqui teve uma quantidade recorde de desgostos (mais de um milhão) e comentários negativos, alguns dos quais alegadamente apagados pela Sony. Numa manobra de marketing sem precedentes, o filme foi caracterizado como feminista nos meios de comunicação social.

Pegando nalguns dos comentários negativos de fãs dos originais, a Sony Pictures alegadamente fez crer que foi o facto de as protagonistas serem mulheres que originou o negativismo. Não sei como, vários meios de comunicação foram por aí. Por exemplo, o Washington Post: People hate the ‘Ghostbusters’ trailer, and yes, it’s because it stars women (diz o título, As pessoas odeiam o trailer de Ghostbusters e sim, é porque é protagonizado por mulheres), e o Metro britânico: Why does the internet hate the new all-female Ghostbusters? (diz o título, Por que razão a internet detesta o novo e todo feminino Ghostbusters?). Há imensos outros exemplos.

É uma jogada suja para arrecadar lucros de bilheteira com mais um dos remakes, coisa que está tão na moda fazer. Vários outros meios de comunicação apelaram a que se fosse ver o filme como forma de defender a imagem das mulheres e lutar contra o sexismo. Está mais do que claro que o objectivo das produtoras de cinema é fazer render. A maioria dos remakes são preguiçosos e só conseguem fazer que com que voltemos a adorar os originais. Este é um exemplo disso. Mas não é por ser protagonizado por mulheres.


Vanessa

domingo, 9 de outubro de 2016

Eu juro que gosto de animais

Mas gostava de saber por que razão Sintra tem agora o maior hospital veterinário do país mas não tem um hospital para humanos no concelho. Sei que estou a comparar um hospital privado com a falta de um hospital público. Mas olhem que sem humanos saudáveis, os animais também não vão longe.

Vanessa

sábado, 8 de outubro de 2016

Robert De Niro's Message to Donald Trump

In case you missed it, Robert De Niro recorded quite the message for Donald Trump and he states what probably many people think about the candidate. Except that he's De Niro and his impact is much greater.



I bet Trump will be like, "Are you talking to me?" Sorry. Too soon?

Vanessa

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Atenção: aqui há muita secura VII

Não sei o que significa apocalipse, mas não saber isso também não é o fim do mundo.


Vanessa

Os 10 mais lidos de Setembro de 2016 e de sempre

Os leitores do meu blogue são estranhos. Não ligam a fotos. Querem é saber de opiniões sobre filmes e livros. Mais do que de memes, mas quase em igual valor. Querem ler sobre questões profissionais. Se não acreditam, aqui está a lista das 10 publicações mais lidas do mês de Setembro. Não, não vou divulgar os números, que isto não é daqueles blogues de e da moda com milhares de leitores por dia. Demasiado deprimente.











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Eis também as 10 publicações mais lidas de sempre
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5. Praiar






Obrigado pelas visitas.

Vanessa

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Dúvidas existenciais I

Há alturas do dia mais propícias à filosofia do que outras. Por exemplo, a altura do banho, a altura de adormecer, a altura em que estamos a procrastinar, a altura em que estamos a conversar com amigos. Essas alturas. De vez em quando ocorrem-me coisas geniais. Modéstia. Muita. Outras vezes, soltam-se-me dúvidas existenciais. Eu cá pensei que escrever sobre isso no blogue era uma boa ideia, numa dessas ocasiões de filosofar.

Vou começar com uma dúvida que nunca me dei ao trabalho de procurar no Google, uma vez que não pode existir uma explicação lógica para tal fenómeno. Mas de que fenómeno falas, Vanessa? Falo disto:

Ai não notam nada de errado? Eu ajudo:

Lembram-se do que isto é? De como se chama? Para aqueles de gerações posteriores à minha, isto é uma disquete. Antecedeu os CDs. Na hierarquia de armazenamento de dados, começando pelo mais recente, é mais ou menos assim: cloud, cartão de memória e USB, discos externos, CDs, disquetes.

Este ícone roxo é um botão no Word, no canto superior esquerdo, para aqueles que não usam atalhos de teclado. Que representa uma disquete. Vamos agora à dúvida existencial: por que razão não foi este botão substituído por algo mais recente? Admito que representar USBs ou clouds não seja fácil.

Mas se pensarmos bem, os miúdos das gerações depois da minha também não devem saber o que uma disquete é ou era. Se não soubessem o que é uma disquete, o que pensariam que é aquele ícone?

Vanessa

Por que razão não fui eu ao MAAT?

Devo ter sido a única cidadã lisboeta a não ir à inauguração do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT) em Belém. Não foi por falta de convite, asseguro-vos. Foi mesmo por falta de vontade.

Já esperava que num feriado, uma inauguração à beira do rio não fosse a melhor opção para um dia de descanso. Ser à borla não é razão suficiente para dispensar sossego. Diz que estiveram lá mais de 15 mil pessoas.

Se a EDP oferecesse descontos na factura da electricidade ainda ponderava uma visita. Mas depois lembrei-me que nem tenho dados no telemóvel para postar no Facebook uma selfie no MAAT. Assim não dá.

Além disso aquilo nem está completo, gente, e só vai abrir em Março que vem. Até lá já mudou de cor e levou com mais uns arranjos ou se calhar até desabou. Até lá a entrada é gratuita. Não foi só ontem.

Eu até prefiro visitar o museu num dia em que não haja tanta confusão, para não correr o risco de insolação por estar à espera e ainda o de depois ir aos pastéis de Belém e os pastéis terem esgotado.

Isso de fecharem a ponte pedonal pelo excesso de pessoas foi um exagero, com certeza. Já fui à passagem de ano em Belém, em que até havia fila para atravessar, e a ponte até rangia com o peso e cedia sob os nossos pés, mas nunca foi fechada nem havia quem controlasse a circulação. Exagerados.

Vanessa

Atenção: aqui há muita secura VI

Até era capaz de contar uma piada sobre química, mas tenho medo da reacção.

Mais seco do que uma fralda Dodot.

Vanessa

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

2 Broke Girls

Esta é uma série para desanuviar. Há uma jovem loira milionária que fica pobre e uma jovem morena que sempre foi pobre. Há um ucraniano, um negro, um chinês e uma polaca. 2 Broke Girls satiriza dificuldades quotidianas de uma classe média baixa com muito humor negro e humor sujo à mistura.

Os episódios de pouco mais de 20 minutos são a pausa perfeita. As duas raparigas nas lonas (alusão ao título português) desdobram-se em empregos e arriscam um negócio com a ajuda dos amigos. No final de cada episódio aparece um contador que contabiliza quanto ganharam nesse espaço de tempo.

Os trocadilhos e as constantes piadas com eventos reais fazem desta uma série de ânimo leve, mas com muitas questões subjacentes que dão que pensar. As peripécias são sempre únicas e a par dos tempos, do negócio dos cupcakes às questões raciais e de género, passando pela crítica à sociedade.

Por mais tempo que fique sem ver a série, quando vejo os episódios em atraso e volto a acompanhar, 2 Broke Girls nunca desilude. Vale a pena ver, pelas gargalhas que proporciona com humor descabido.

Outras séries:

Vanessa

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Mitos dos tempos modernos: dizer sim a tudo

A meu ver aceitar o que nos pedem sem nunca impor condições traz um grave problema: abre caminho a que nos seja pedido cada vez mais e a satisfação de ajudar nem sempre compensa o esforço.

Se os outros não conhecem limites, temos de ser nós a impô-los. Por vezes um não é a melhor resposta. Por vezes ignorar também. Por vezes temos de sacrificar o que os outros precisam pelo nosso bem-estar.

A disponibilidade é uma comodidade muito importante hoje em dia. Se não formos nós a valorizá-la, ninguém o vai fazer por nós. Gastar o nosso tempo com o que nos é importante é crucial. É aí que entra o não.

Se tivermos em conta as nossas prioridades, não custa tanto não dizer que sim a tudo, porque temos em conta o que está nos primeiros lugares. Primeiro nós e os nossos objectivos. Depois os outros e os objectivos deles.

Tanto em termos profissionais como pessoais, o nosso tempo é para ser gasto com as nossas prioridades e é importante que o descanso esteja incluído aí. Apenas o que sobra é aquilo de que dispomos para o restante.

Foram raras as vezes em que dizer sempre que sim me abriu caminhos satisfatórios em termos pessoais. Na maioria das vezes, o intuito em ajudar teve um intuito pessoal que depois não se concretizou.

Depois de anos de bom samaritanismo, coisa que se aprende na escola, na catequese e em casa, começar a dizer que não foi altamente revigorante. Continua a sê-lo. E agora já não custa nada.

Ajudar traz satisfação e é bom ajudar, mas se quisermos ser mais ou menos matemáticos, um, dois ou três favores é aceitável, digamos, num ano. Mais do que isso é abuso e sinal de que dissemos que sim demasiado.

É uma medida liberal, para ser usada conforme a hierarquia nos permite. Pode parecer um método demasiado materialista, egoísta ou maldoso, mas vale mais isso do que ser um bonzinho atarefado.

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Vanessa

Catarse em memes III