Tenho vários amigos, em diferentes cidades até (só para não dizerem que uns influenciam os outros), que acreditam em sinais, assim no geral. Uns pelas crenças religiosas, outros pela espiritualidade pagã, outros porque não acreditam em coincidências (ou porque leram aquele célebre livro de Margarida Rebelo Pinto, se bem que se assim fosse não seriam propriamente amigos, mas sim conhecidos apenas), outros porque gostam de juntar os cromos que o universo parece mandar-lhes numa ordem especial.
Não sabendo ao certo se sou do clube dos que acreditam nos sinais, sou facilmente alvo de doutrinação, claro está. Amigos que acreditam em sinais são normalmente inclinados para o ensino e até para o convencimento de outros como eu, que não sabem se acreditam ou que se calhar até acreditam um bocadinho.
Se formos a ver, isso do acreditar um bocadinho nunca foi bem visto. Quando eu andava na catequese, os catequistas insistiam sempre naquele ponto da fé. Tínhamos que ter muita fé. Estão a ver? Não bastava um bocadinho. Tínhamos de acreditar muito.
Eu sei que muito se diz que no meio é que está a virtude, mas sempre me pareceu que a sociedade é de extremos. Temos de ser muito saudáveis e muito bem-sucedidos e muito envolvidos e muito humanos no geral.
Nisto tudo, andei aqui a pensar nos sinais e em como talvez deva acreditar neles.
Por exemplo, andámos para aqui a tentar tratar de papéis para conseguir um documento e esteve sempre tudo contra nós. Acreditando um bocadinho nisso dos sinais, pensei que talvez não fosse a altura certa para esse documento ser feito. Tanta coisa correr mal pode não ser coincidência.
Depois aprendi também a ser de extremos como a sociedade me parece ser.
Por exemplo, durante dias seguidos a internet portou-se especialmente mal. Nem mesmo desligar o router da tomada resolvia o problema da ligação. Então decidi que isso era um sinal (ainda não decidi que tipo de pessoa que acredita em sinais sou eu, por isso digamos apenas que foi um sinal do universo). Não tenho agora dúvidas de que, por alguma razão, há uma força externa que não quer que eu trabalhe.
Tem sido muito mais fácil acreditar nisso dos sinais agora. Deve ser um sinal dos tempos.
Vanessa
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