segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Como as coisas mudam

Houve uma altura em que o enredo de Sozinho em Casa me metia algum medo. Hoje quase que seria um sonho, excepto que não quereria estar na mira de dois assaltantes. Pode ser só a parte de estar sozinha em casa.

Meias e pijamas no sapatinho já foram uma desilusão. Hoje são das coisas que mais gosto de receber.

Antigamente a meia-noite custava a chegar. Actualmente o tempo passa sem se dar por ele.

Bacalhau era dos pratos mais detestados. Hoje é sinónimo de natal.

Consoada era ver televisão em família. Hoje é estar em família com a televisão como barulho de fundo.

Já adorei receber presentes. Agora se recebo e o embrulho não é mole, a denotar meias e pijamas ou qualquer coisa do género, até tenho receio de abrir porque não gosto de não gostar do que me oferecem.

Dantes fazia muita coisa por obrigação, como ir à missa do galo e beijar a imagem do menino mesmo achando aquilo muito pouco higiénico. Hoje sou uma herege com orgulho e nunca o natal soube tão bem.

Dantes tinha férias de natal. Agora férias são uma miragem. Mas não me importo.

Vanessa

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