A era das celebridades está em mudança. Já escrevi sobre celebridades profissionalmente e apercebi-me de que o papel da internet no mundo da fama está em constante desenvolvimento e que é o futuro.
Além de personalidades televisivas e artistas no geral, há agora os Youtubers e os Bloggers ou Blogueiros.
Há diversos tipos de Youtubers, dos que falam e vivem de dietas e exercício físico aos comentadores de tudo, dos que provam alimentos de todo o mundo aos que abrem encomendas recebidas pelo correio, dos que jogam em frente à câmara aos que falam de moda e dão dicas de beleza. É todo um mundo.
Eles usam ainda as redes sociais e blogues e sites para comunicar com a audiência. Por vezes chegam a marcar encontros fora da realidade virtual. Muitas vezes acabam por adquirir o estatuto de celebridade e sofrem todas as consequências que daí advêm, inclusivamente serem protagonistas de notícias.
Vamos a um estudo de caso: Marina Joyce
A britânica de 19 anos estará sob o efeito de drogas e/ou a ser vítima de abusos e/ou a ser refém de terroristas e/ou sob o controlo de extraterrestres. Seja como for, estará em perigo. Pelo menos foi aquilo em que acreditaram milhares de pessoas. Tudo isto começou porque a Youtuber mudou de atitude.
Marina Joyce foi tendência mundial esta semana. A própria e a polícia desmistificaram os rumores, mas ainda persistem vídeos e comentários sobre o assunto. É que se juntaram aqui vários aspectos poderosos no que toca à opinião pública: teorias da conspiração, um contexto social de medo geral devido aos recentes ataques terroristas, uma jovem loira com nódoas negras e pessoas atrás de um computador.
O comportamento da Youtuber é algo bizarro, potenciado por uma maquilhagem expressiva em redor dos seus olhos azuis. Parte da audiência começou a ver sinais onde talvez não existissem nenhuns.
Houve quem ouvisse um pedido de socorro nos seus vídeos. Houve quem solicitasse sinais de confirmação do perigo sob o qual estaria sujeita que depois se concretizaram (facto discutível) pelas circunstâncias. Houve quem analisasse minuciosamente os vídeos de Marina Joyce à procura de provas.
E depois houve um tweet onde Marina Joyce convidou os fãs para um encontro. Espalhou-se a ideia de que seria um falso evento para que o ISIS levasse a cabo um atentado. No meio de todo o burburinho, rumores, preocupações, a polícia londrina de Enfield visitou a jovem e tentou acalmar a multidão via Twitter.
A hashtag #SaveMarinaJoyce foi criada e manteve-se nas tendências, fãs ligaram para a Scotland Yard, Joyce duplicou o número de subscritores do seu canal no Youtube (vai em 1,7 milhões) e fez vídeos em directo que em vez de apaziguarem as massas, apenas incendiaram as hipóteses anteriormente propostas.
O vídeo, Date Outfit Ideas, que começou todo este turbilhão é, na minha opinião, bizarro. Marina parece aturdida, por vezes confusa e as expressões corporais são as de alguém que tem muito sono ou não sabe bem como se comportar em frente à câmara. Só isso. As nódoas negras foram explicadas pela própria e até pela mãe. São coisas que acontecem. Num dos vídeos vê-se uma espingarda, mas é de brincar.
O suposto pedido de ajuda no vídeo é um som aleatório. Pessoalmente não me pareceu "Help Me" mas o som de algo a raspar no microfone. Se ela está ou não sob o efeito de substâncias, rumor que a própria negou, isso é com ela. Se foi uma manobra de publicidade, duvido. Isto não é o tipo de coisa que gera uma boa imagem.
Seja qual for a razão para todo o drama, o caso foi inédito, quase uma caça às bruxas em tempos modernos. A mobilização de tantas pessoas foge ao sentimento de apatia de que a geração que cresceu a usar a internet é por vezes acusada e isso, a meu ver, é um aspecto positivo em tudo isto.
Vanessa
A hashtag #SaveMarinaJoyce foi criada e manteve-se nas tendências, fãs ligaram para a Scotland Yard, Joyce duplicou o número de subscritores do seu canal no Youtube (vai em 1,7 milhões) e fez vídeos em directo que em vez de apaziguarem as massas, apenas incendiaram as hipóteses anteriormente propostas.
O vídeo, Date Outfit Ideas, que começou todo este turbilhão é, na minha opinião, bizarro. Marina parece aturdida, por vezes confusa e as expressões corporais são as de alguém que tem muito sono ou não sabe bem como se comportar em frente à câmara. Só isso. As nódoas negras foram explicadas pela própria e até pela mãe. São coisas que acontecem. Num dos vídeos vê-se uma espingarda, mas é de brincar.
O suposto pedido de ajuda no vídeo é um som aleatório. Pessoalmente não me pareceu "Help Me" mas o som de algo a raspar no microfone. Se ela está ou não sob o efeito de substâncias, rumor que a própria negou, isso é com ela. Se foi uma manobra de publicidade, duvido. Isto não é o tipo de coisa que gera uma boa imagem.
Seja qual for a razão para todo o drama, o caso foi inédito, quase uma caça às bruxas em tempos modernos. A mobilização de tantas pessoas foge ao sentimento de apatia de que a geração que cresceu a usar a internet é por vezes acusada e isso, a meu ver, é um aspecto positivo em tudo isto.
Vanessa
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