Às vezes fico parva com a quantidade de informação que vejo partilhada na internet. Parece-me sinal não só de uma grande necessidade de mostrar seja o que for, como também de recolher apreciação. Isso da apreciação é uma coisa viral, palavra que tão na moda está desde que nos lembrámos que não é preciso diversidade na vida e que podemos perfeitamente centrar as nossas atenções numa só coisa ad nauseam.
Sempre fomos seres exibicionistas, mas agora temos as condições perfeitas para o fazer porque há ferramentas e há audiência. Nem sempre isso quer dizer que a nossa opinião ou o que mostramos tenha o impacto que queremos. Da mesma forma que se tornou mais fácil exibir, as opiniões e os juízos de valor tornaram-se coisas muito voláteis. Calculo que o índice de concentração esteja também pela hora da morte.
Um outro elemento que nos define é a curiosidade. Se não fôssemos seres curiosos não teríamos chegado ao ponto de conseguir armazenar o conhecimento acumulado em séculos numa rede a que podemos aceder em segundos. Mas a mesma curiosidade faz de nós criaturas mórbidas. Por outro lado, coisas tão chocantes já vimos que andamos um pouco tipo mortos-vivos. Não invejo os publicitários de hoje em dia.
Na internet junta-se a fome à vontade de comer, portanto. Mas da mesma forma que escolhemos ir passear para olhar para vitrinas, podemos também escolher não olhar para o mostruário online.
A sério. Juro. Não há obrigatoriedade nenhuma, mesmo que tenham subscrito alguma página, mesmo que a vossa celebridade preferida tenha publicado alguma coisa, mesmo que os amigos mais chegados tenham partilhado. É essa a beleza da internet. Nada online é obrigatório.
A tecnologia serve para nos poupar tempo. Eu cá acho que não sabemos é o que fazer com esse tempo livre e acabamos por preenchê-lo de forma errada. É que tudo o resto não é propriamente opcional, tipo o trabalho, a alimentação, as lides domésticas e até a vertente social (a real, não a virtual). Mas o tempo que passamos em actividades de ócio para descontrair pode ser usado noutras coisas.
Exemplos? Ar livre. Qualquer coisa ao ar livre já compensa as horas passadas a trabalhar, a olhar para o computador, a cumprir obrigações. Passatempos. Há uma coisa que os adultos não têm que em criança tiveram: curiosidade. Desenvolver habilidades, olhar para algo que não seja um ecrã, usar as mãos.
Por mais que até seja giro olhar para o mostruário, há aí factores que nos escapam. Exemplos? O chamado FOMO (Fear Of Missing Out ou medo de que nos escape alguma coisa). A vontade de escapar à realidade e desfrutar vicariamente da vida (do inglês vicariously ou viver experiências alheias). Há tanta coisa.
Mas de que sei eu? Afinal de contas estou para aqui a escrever num computador e a aceder à internet para o fazer e a contribuir para o mostruário. É com carinho, juro.
Vanessa
A sério. Juro. Não há obrigatoriedade nenhuma, mesmo que tenham subscrito alguma página, mesmo que a vossa celebridade preferida tenha publicado alguma coisa, mesmo que os amigos mais chegados tenham partilhado. É essa a beleza da internet. Nada online é obrigatório.
A tecnologia serve para nos poupar tempo. Eu cá acho que não sabemos é o que fazer com esse tempo livre e acabamos por preenchê-lo de forma errada. É que tudo o resto não é propriamente opcional, tipo o trabalho, a alimentação, as lides domésticas e até a vertente social (a real, não a virtual). Mas o tempo que passamos em actividades de ócio para descontrair pode ser usado noutras coisas.
Exemplos? Ar livre. Qualquer coisa ao ar livre já compensa as horas passadas a trabalhar, a olhar para o computador, a cumprir obrigações. Passatempos. Há uma coisa que os adultos não têm que em criança tiveram: curiosidade. Desenvolver habilidades, olhar para algo que não seja um ecrã, usar as mãos.
Por mais que até seja giro olhar para o mostruário, há aí factores que nos escapam. Exemplos? O chamado FOMO (Fear Of Missing Out ou medo de que nos escape alguma coisa). A vontade de escapar à realidade e desfrutar vicariamente da vida (do inglês vicariously ou viver experiências alheias). Há tanta coisa.
Mas de que sei eu? Afinal de contas estou para aqui a escrever num computador e a aceder à internet para o fazer e a contribuir para o mostruário. É com carinho, juro.
Vanessa
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