Vejo pais estafados a tentar controlar os filhos nas filas do supermercado. Depois olho para as compras e não me admiro. Se mais de metade das compras são produtos que eu sei que levam açúcar, e não é pouco, fora os outros como a fruta e os hidratos de carbono, não é surpreendente que os miúdos não parem quietos.
Não ler rótulos é para mim uma irresponsabilidade, que nos casos dos pais roça a negligência. Fazê-lo foi uma das coisas mais úteis que aprendi na escola, para dizer a verdade. É-me impossível não querer saber aquilo que ingiro. Não quero com isto dizer que todas as pessoas devam fazer o mesmo, mas é importante que pelo menos tenham uma noçãozinha e não se fiem pelo que diz a parte da frente da embalagem, como já escrevi aqui.
Apesar de não ser especialista e muito menos nutricionista, fico espantada com a quantidade de embalagens enganadoras que as pessoas levam para casa. É raro ver compras saudáveis no supermercado. A maior parte inclui iogurtes cheios de açúcar (no fundo quase todos), cereais cuja dose normal (não a de 30 gramas usadas como exemplo, que isso não é nada para um pequeno-almoço) é o equivalente a meio bolo de aniversário, bolachas com embalagens que sugerem serem saudáveis mas que estão carregadas de xarope de glicose, etc.
Não me admiro com as estatísticas relacionadas com diabetes, colesterol e até cancro. A parte mais radical do meu cérebro diz-me que a alimentação da era moderna é um exemplo da sobrevivência dos mais fortes, e hoje em dia os mais fortes são aqueles que sabem o que consomem. Os outros ficam à mercê da capacidade de resistência do corpo à porcaria que ingerem. Se são bem-sucecidos? vejam-se as estatísticas. Sei que é triste pensar assim, mas até a parte mais sensível do meu cérebro acredita nessa parte radical.
Vanessa