As pessoas estão constantemente a perguntar-me se já passeei muito aqui por Goa. Pessoas de Portugal, pessoas que conheci cá, pessoas que conheci cá e que são meu familiares.
Apetece-me pedir-lhes que definam esse muito.
Muito tempo? Muito longe? Muito longe por muito tempo? Muitas vezes? Muitas vezes, muito longe, por muito tempo? Passear muito é o quê, afinal? Às vezes sinto que perdi a minha capacidade de compreensão porque há perguntas assim deste género às quais não consigo responder prontamente.
Para esta pergunta, a do se já passeei muito, fica sempre a resposta afirmativa.
Não é mentira. Já passeei bastante. Se foi muito ou pouco, não sei.
A abundância é algo que se mede melhor no final ou por comparação à escassez. Nesse sentido, já passeei muito, muito mais do que, pelo menos, nos últimos três ou quatro anos. Mas não ando aqui a fazer contas nem comparações. Já fui onde os meus familiares me levaram e conheci por isso os sítios-chave. Para mim, até agora, foi o suficiente. Essa coisa do muito depende do dicionário de cada um.
Senão vejamos: tenho aqui familiares para quem Goa é tudo, é muito. Já estiveram noutros países, de Portugal aos Estados Unidos. Depois dessas andanças, estar aqui é muito, por comparação, por concretização, seja lá por que razão for. Talvez um dia eu sinta que Goa, Nagoá de Vernã, sejam muito. Mas assim um dia lá mais à frente, depois de objectivos cumpridos, outros objectivos estabelecidos e talvez cumpridos, umas quantas surpresas, e sobretudo depois de já ter passeado mesmo muito por outros locais. Que muito é esse? É o meu muito.
Vanessa
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