segunda-feira, 25 de julho de 2016

Santuário Nacional de Cristo Rei

A 17 de Maio de 1959 (Dia de Pentecostes) foi inaugurado em Almada o Santuário Nacional de Cristo Rei. O monumento está a 113 metros acima do nível do rio Tejo, com um pórtico com 75 metros de altura assinado por António Lino. Acima do pórtico está o Santíssimo Redentor, com 28 metros de altura. 

Ao todo o Santuário tem 110 metros de altura. O elemento mais simbólico é a estátua de Cristo Rei, da autoria de Mestre Francisco Franco, inspirada na estátua de Cristo Redentor do Rio de Janeiro, no Brasil. A vista sobre Lisboa e arredores, num raio de 20 quilómetros, pode ser contemplada logo no piso térreo do monumento. 

A subida ao pórtico custa 4 euros, mas a vista daí acaba por não acrescentar muito à experiência, excepto que se está um pouco mais próximo da estátua de Cristo Rei. É a minha opinião. Fiquem com as fotos:

Vanessa

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Jon Stewart Takes Over Colbert's Late Show Desk


For 13 minutes and 30 seconds the world made sense.

Vanessa

Procrastination Is Not Always Wasted Time

There’s nothing wrong with postponing something dreadful to you to do something that gives you pleasure. As long as you’re not missing any deadline, that is. Some of us are just better at producing stuff under stress. Stretching the work over periods of time may not be the right method for everyone. For example, I was not one to continually study at school. I condensed all of my studying right in the most possible moments.

The internet helped spread the idea of procrastination. It is easy to get distracted when there is so much to filter. Procrastination is even glorified in videos and articles with titles like Seven Ways Procrastination Can Be A Good Thing or The Wonders Of Procrastination And Why You Should Do It. Distraction can indeed be a positive thing.

For a procrastinator, it can work as a mood boost. It can give the motivation needed in order to perform a boring task or at least postpone it until adrenaline kicks in and our minds work at their full potential. I'm fond of creativity spurts like that. Most of my most precious creative work was born from stress and anxiety.

Yes, you can lose time and opportunities, delay important decisions and miss out on something due to procrastination. However, you can also let your ideas brew, projects ferment to the point of perfection, have fun and produce quality things while you're not doing what you originally were supposed to be doing.

And maybe, just maybe you might die while you are having fun and not doing whatever it is you were postponing and then you won't even regret it in your final moments. Why am the only one thinking like that sometimes?

Ah, the excuses my mind spills out just to defend its own laziness. Wait, the internet does that too. Brilliantly. Do you know what I was doing while I was procrastinating on ending this post? Reading Quote Investigator because I wanted to gloriously finish all of this by quoting: "The time you enjoy wasting is not wasted time." Still not sure who's coined that, but sure enough, while at that my brain managed to vomit some more crazy ideas I will have to write on bits of paper that will get lost all the while I am not finishing a project before the weekend starts.

I forgot to tell you, I am a Master Procrastinator. Contact me if you need some tutoring.

Note: text loosely based on one previously written for the deceased Bubblews website.

Vanessa

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Casa Araújo Alves, Loutolim, Goa

A mansão de 250 anos transformada em museu apelidada de Casa Araújo Alves fica em Loutolim, em Goa, e é um destino turístico muito frequentado porque a estrutura combina vários elementos históricos, incluindo os de tempos coloniais e os da cultura hindu. Além disso, o mais recente dono da casa, Salvador Eufemiano Araújo Alvares foi um advogado reconhecido na aldeia por salvar famílias da penúria, e a sua família doou o seu património para que fosse recordado num espaço agora conhecido como Ancestral Goa ou Big Foot. Eis o que vi por lá.


Vanessa

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Financiamentos públicos para touradas vão continuar

Dia triste para os touros em Portugal. "A proposta do PAN pelo fim dos financiamentos públicos à actividade tauromáquica foi hoje chumbada no Parlamento. Teve os votos a favor do BE, PEV, PAN e de 11 deputados do PS - Diogo Leão, Pedro Delgado Alves, Rosa Albernaz, Inês Lamego, Ivan Gonçalves, Isabel Santos, Pedro Bacelar, Luís Graça, Carla Sousa, Tiago Barbosa Ribeiro e João Torres - e os votos contra do PSD, restantes deputados do PS, CDS e PCP", publicou hoje o partido político PAN na sua página do Facebook.

Vamos colocar de parte a questão de se ser a favor ou contra as touradas. Numa altura em que se corta a torto, a direito e a esquerdo em áreas bem mais necessitadas da sociedade, do ensino à saúde, passando pela segurança e pela cultura, faz algum sentido continuar a escoar fundos públicos para esta actividade?

Portugal, onde já se restringem animais em circos e onde maus-tratos a animais "domésticos" são considerados crime, é um dos oito países em todo o mundo onde são permitidas e financiadas touradas.

Se não formos lá pelo senso comum, o de que este tipo de exploração animal gera controvérsia, queixas à RTP sempre que há transmissões de touradas (ainda assim, na próxima sexta-feira vai haver mais uma transmissão) e acima de tudo sofrimento animal, vamos lá pela via racional: estamos em crise.

Estamos em crise e há tantas mais áreas onde o financiamento público é crucial e onde parece que nunca é suficiente. Há tantas pessoas que precisam de um médico de família, tantas crianças que dependem de refeições escolares, tantos serviços públicos sem capacidade de resposta, tantos monumentos sem manutenção. Se as touradas são assim tão importantes, com certeza existirão entidades privadas dispostas a patrociná-las, não?

Vanessa

terça-feira, 19 de julho de 2016

Onde compro os meus livros em inglês

Felizmente a Fnac tem uma selecção enorme de livros em inglês que são baratos. Há edições de livros clássicos da Penguin Books a 3 euros (às vezes menos), há outros a 5€, e há as edições da Woodsworth. Mas a verdade é que livros clássicos são um desafio, devido ao inglês arcaico e às expressões coloquiais.

Os livros contemporâneos em inglês da Fnac também costumam ser mais baratos do que aqueles em português, na ordem dos 10 euros. Ainda assim, a variedade começa a tornar-se escassa quando se lê frequentemente. Para leitores assíduos como eu, é importante que haja variedade e preços de saldo.

Por isso, a maioria dos livros contemporâneos, aqueles que não tenho urgência em ler, compro-os online no Book Depository ou no Better World Books. Nenhum dos dois cobra portes de envio. O meu preferido é o Better World Books e quando conhecerem as minhas razões, penso que vão gostar também.

Livro comprado, livro doado. Por cada livro comprado no BWB, um livro é doado aos parceiros, como o Books for Africa e o Feed the Children. Não posso garantir que seja verdade, mas por que não confiar? Já ia comprar os livros de qualquer forma. Assim sempre tenho mais uma motivação.

Adoro presentear livros do BWB e normalmente peço-lhes que enviem um cartão que diz que um livro foi doado com a compra. Torna-se um presente mais especial. Eles também fazem embrulhos por 3.99 dólares e imprimem uma mensagem de até 250 caracteres. Há ainda a possibilidade de oferecer vouchers a partir de 10 dólares.

Sustentabilidade. Por mais 0.05 dólares (sim, cinco cêntimos de dólar) é possível ajudar o BWB a investir na produção de energia eólica sustentável para compensar as emissões de dióxido carbono causados pela transporte dos livros comprados. Trata-se de uma forma de crédito sustentável.

Pechinchas. Além de podemos escolher o estado dos livros, dos novos, aos usados em mau estado, passando pelos usados em estado quase novo (há sempre uma descrição das condições), sendo que quanto mais gasto, mais barato fica o livro, há ainda as capas duras ou as edições de bolso ou áudio, bem como pechinchas (Bargain Bin em inglês) onde há promoções do género da que está em vigor agora, com 5 livros por 30 dólares.

O único senão de comprar no BWB é a demora. Os livros são entregues pelo carteiro aqui em Portugal cerca de um mês depois da compra, mas porque compro na BWB dos Estados Unidos. Há ainda uma versão britânica, que agora com o valor da libra é capaz de compensar e ser mais rápido na entrega. Eu cá não me incomodo. Assim tenho tempo para me esquecer a compra dos livros e quando os recebo parece natal.

Não vos vou maçar mais com detalhes sobre o BWB, porque quando me entusiasmo com uma coisa passo horas a desfiar argumentos como se estivesse no Prós e Contras da RTP. Deixo-vos com este link se quiserem conhecer a história do BWB, que é bem bonitinha, e com desejos de boas leituras.

Deixo-vos ainda com o email que o BWB envia quando a encomenda está em processamento, que é uma coisa super amorosa porque livros são a melhor coisa do mundo, empatados com comida e gatinhos:

"Hello Vanessa,

(Your book(s) asked to write you a personal note - it seemed unusual, but who are we to say no?)

Holy canasta! It's me... it's me! I can't believe it is actually me! You could have picked any of over 2 million books but you picked me! I've got to get packed! How is the weather where you live? Will I need a dust jacket? I can't believe I'm leaving Mishawaka, Indiana already - the friendly people, the Hummer plant, the Linebacker Lounge - so many memories. I don't have much time to say goodbye to everyone, but it's time to see the world!

I can't wait to meet you! You sound like such a well read person. Although, I have to say, it sure has taken you a while! I don't mean to sound ungrateful, but how would you like to spend five months sandwiched between Jane Eyre (drama queen) and Fundamentals of Thermodynamics (pyromaniac)? At least Jane was an upgrade from that stupid book on brewing beer. How many times did the ol' brewmaster have one too many and topple off our shelf at 2am?

I know the trip to meet you will be long and fraught with peril, but after the close calls I've had, I'm ready for anything (besides, some of my best friends are suspense novels). Just five months ago, I thought I was a goner. My owner was moving and couldn't take me with her. I was sure I was landfill bait until I ended up in a Better World Books book drive bin. Thanks to your socially conscious book shopping, I've found a new home. Even better, your book buying dollars are helping kids read from Brazil to Botswana."

Vanessa

segunda-feira, 18 de julho de 2016

10 000 visitas


A Vanessa agradece este marco histórico. 10 000 visitas a este blogue! Trata-se provavelmente de umas três ou quatro pessoas que o visitaram várias vezes, mas ainda assim não deixa de ser um marco. A Vanessa anda entretida pelos sítios de Portugal, mas há ainda muito de Goa que ficou nos arquivos para ser mostrado e exibido. Tudo isso será publicado ao sabor da minha própria digestão e nos intervalos de outras degustações.

Vanessa

Avaliação Literária | Quantas Madrugadas Tem a Noite de Ondjaki

"Ouve, uí: a noite são as estrelas do céu que caem.
Não caem mesmo; é só de imaginação minha, mundo meu que te partilho ... não tou a falar à toa, são as magias da noite, ou nunca reparaste que os olhos brilham mais bonitos é na escuridão?"

"O amor num é doce tipo melaço que escorrega quente no agarrar dos dedos?"

"A tarde se comia a ela própria na boca do tempo..."

De Ondjaki tinha apenas lido um conto, já há algum tempo e quando fui à feira do livro trouxe este, Quantas Madrugadas Tem a Noite, porque gostei do título e apetecia-me uma leitura exótica.

Foi um palpite literário como os que tinha antes. Quando nos consagramos leitores assíduos, acabamos por seguir os mesmos autores ou pelo menos o mesmo tipo de livro. Dantes havia mais descoberta do que agora e escolher aleatoriamente era a minha forma de descobrir novos mundos.

Por isso, as palavras tiveram um sabor especial. Além disso, foi um tipo de leitura como nunca outro. O português africano de Quantas Madrugadas Tem a Noite requer uma voz de narrador bem específica na mente. Há que formular um certo sotaque angolano para se perceber melhor a estória e os coloquialismos.

O enredo segue a estória contada na primeira pessoa. "Faz conta foste na pesca, rede e tudo, e em vez do peixe grande meteste a rede na água e te veio uma nuvem". Esta frase logo no início resume bem a experiência. Este é um livro sobre morte, esse é o preâmbulo, mas é especialmente um livro sobre vida e sobre vivências.

Não me é muito possível explicar este livro na verdade. O narrador conta os acontecimentos após a morte de AdolfoDido (digam lá este nome em voz alta) através das acções de uma série de personagens caricatas. O próprio narrador é uma pessoa peculiar que vai bebendo umas ngalas de birra para motivar o desabafo.

Já que não posso desenrolar aqui o fio dos acontecimentos de forma que se perceba sem a mestria e o humor de Ondjaki, posso apenas aconselhar a leitura deste livro. Vale muito a pena.

7/10

Vanessa

domingo, 17 de julho de 2016

Será em Portugal ou Goa?


O mar é o mesmo em todo o mundo, na verdade. A água de um sítio já deve ter estado no outro, porque a água viaja mais do que nós. Há moléculas de H2O que com certeza até já estiveram noutros lugares do planeta. A sensação na pele é semelhante. A areia enrola-se nos dedos da mesma forma. O vento suspira nos cabelos com segredos iguais em idioma universal. O aroma do sal é igual. Vá-se lá saber. Há dias em que acordo e nem sei ao certo onde estou. Mas de que interessa isso, se a água do mar sabe tão bem cá e lá?

Vanessa

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Coisas que quem não trabalha em casa não percebe

1. Passar um dia em pijama não é tão agradável quanto parece.
Experimentem trabalhar de pijama um dia inteiro (no meu caso, mesmo ao lado da cama). Experimentem vestir uma roupa casual, mas confortável e façam o mesmo. Agora comparem a produtividade. Podem continuar a preferir (a ideia de) trabalhar em pijama, mas perceberão este ponto no seguinte.

2. No pain, no gain.
Amigos que vão ao ginásio e apregoam coisas anglo-saxónicas e amigos restantes: freelancers trabalham (ou deviam) para produzir algo que será vendido. O que significa que não recebem conforme as horas que trabalham. Recebem conforme o que produzem. Mesmo que o produto final tenha demorado 10 horas a ser concluído. Por isso é importante produzir e picar o ponto é coisa de quem tem empregos tradicionais.

3. Tudo em um.
Quem trabalha em casa tem de ser patrão e funcionário, secretário e contabilista, moço de recados e chefe de secção. Há muito para gerir e apenas uma pessoa para o fazer. É importante que se perceba que não há horário estipulado a não ser prazos e que por isso todos os segundos contam. E muito. Muitíssimo.

4. Gestão.
Trabalhar em casa implica gerir as mesmas 24 horas que as outras pessoas, mas isso não quer dizer que se respeite os horários tradicionais. No meu caso, por infortúnio, as manhãs são muito pouco promissoras e produtivas. Tipo, agora são 10 horas e quando os olhos batem no relógio já passou da hora de almoço. Como é que isto aconteceu? Não sei. De noite as horas são mais generosas para mim e o cérebro funciona melhor. Por isso, 90% da minha produção se concentra entre as 18 horas e as primeiras horas da madrugada.

5. Caos.
Percebam que é difícil separar trabalho e lazer. O meu computador é ferramenta de trabalho e de ócio também. É com ele que trabalho, mas é também com ele que vejo filmes, documentários e séries, escrevo, leio e mantenho-me a par de notícias e de amigos. Quando saio do modo trabalho nem sempre sei em que ano estou, por isso não façam perguntas difíceis sem preparação prévia. Às vezes quando faço uma pausa do computador não estou totalmente fora do modo trabalho, por isso não tenho capacidade mental para ouvir o que têm para dizer, especialmente se for aborrecido ou fora do alcance dos meus interesses.

Nota-se que às vezes o trabalho me deixa mal-humorada, não é?

Vanessa

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Coisas que o meu telemóvel viu em Goa I

Bolo Black Forest no café Longuinhos em Margão e um café da Nescafé que em nada se compara à bica. O Longuinhos é um café bem conhecido por turistas e com cultura portuguesa na história.

A variedade de bolachas Oreo à venda no supermercado Malakar em Nagoá de Vernã. Provei todos. Parecem todos mais doces, incluindo o tradicional. Deve ser para aguentarem bem o calor.

A minha secção preferida do supermercado. Aperitivos para todos os gostos. Sim, há alguns sem picante ou masala. São raros, mas existem. Mas quando não são picantes, costumam ser doces.

Papas Cerelac e Nestum.

Há várias papas com sabores vegetais.

Não provei nenhuma, mas fiquei tentada.

A marca Cadbury é uma favorita. A Gilette também. Só não percebo o critério de organização.

Papas de aveia, das simples às de sabores salgados. São poucas as doces.

Coisas fáceis de transportar na mala. As bananas são bastante portáteis, como se vê.

Olha-se para cima e invariavelmente há palmeiras.

A primeira vez que visitei a minha tia, irmã do meu pai, fui com ela comprar pão a uma vizinha que tem este pequeno negócio em casa. Pão quentinho parece ser popular em Goa.

Este empreendimento tem um dos meus apelidos. Claramente a família Sena é empreendedora. Tenho de descobrir mais familiares, a ver se arranjo umas cunhas.

Vanessa

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Fui vítima de phishing

Disse eu, quando cheguei à recepção da GNR. Má escolha de palavras. Devia ter tido que fui roubada através da internet ou burlada. Vítima não. Não fui vítima nenhuma, porque parte da culpa foi minha. Mas devia ter ido direita ao assunto. A verdade é que nem sequer tinha pensado no que dizer quando lá chegasse.

Foi tudo muito rápido. Foi essa uma das razões pelas quais caí que nem um patinho e acreditei num email falso. Foi uma questão de bom timing e também uma enorme disenteria mental da minha parte.

Vamos lá à sequência de eventos. Garanto-vos que não vale a pena recriminar a minha pessoa, porque ninguém faz isso melhor do que eu. Asseguro-vos de que se não usasse as mãozinhas para trabalhar as entalava numa porta ou se não usasse o cérebro o retirava à la Hannibal Lecter e pegava-lhe fogo.

Já em Goa vi que tinha um novo cartão matriz. Quando cheguei nem me lembrei, mas vi o aviso na página do banco. Depois recebi o tal email. Pedia os números do novo cartão matriz para o actualizar e fornecia um link que ia parar a uma página igual à do banco, igual mesmo. Não me escapo da culpa, não.

Primeiro porque achei estranho e mesmo assim não vi o remetente do email (qualquer coisa como tomaminhaburra@terra.com.br... não, o email não era este mas foi assim que me senti quando olhei para ele e reparei na asneira já pós-phishing). Foquei-me antes na mensagem da página, que informava que tinha dois dias para actualizar os dados sob pena de pagar 160 euros pelo envio de um novo cartão matriz. 

Uma pessoa entra em pânico quando há a hipótese de ter de pagar. Não me escapo da culpa, não.

Segundo porque procedi à parte de digitar os números do cartão matriz na página ao qual o link ia parar, mesmo pensando que aquilo era estranho e uma bela perda de tempo. Não perdi um segundo a verificar de onde vinha o email porque a página parecia fidedigna e o timing foi brutal. Não me escapo da culpa, não.

Terceiro porque já na semana seguinte ao email vi que a página (a oficial, diga-se) do banco continuava com o aviso de que tinha de activar o novo cartão matriz e aí activei-o como deve ser. Bastava um ou dois cliques. Só me ocorreu que fiz isto já depois das diligências pós-phishing tomadas, esta parte.

No dia D... ou melhor, dia P, acedi à página do banco porque ia oferecer aos meus pais um presente para o aniversário de casamento. De boas intenções está o inferno cheio e o resto do dia foi mesmo um inferno.

A conta tinha 8 euros. Dois depósitos a prazo, vi nos detalhes, tinham sido transferidos para a conta à ordem. 600 euros e 150 euros, duas daquelas contas para pobres que agendam montantes que vão automaticamente para esses depósitos, e ainda 50 euros para fazer um número redondinho, evaporaram-se às 12:13 com um pagamento de serviços. 400 euros + 400 euros foram parar a um vácuo digital.

Uma palavra de apreço à senhora da linha 24 horas do banco que me ouviu desabafar sobre a minha burrice e me guiou num momento de muita, muita tensão e à senhora do balcão que foi compreensiva.

Já com tempo, todo o tempo do mundo e quase sem dinheiro na conta à ordem, fui ver o maldito email e li-o com calma (a possível, claro). Com excepção do remetente duvidoso, tinha alguns erros ortográficos. O cabeçalho e o rodapé são os do banco e até os números da linha de apoio ao cliente são os reais.

Mas, ironia das ironias, lia-se no email: "A activação de Cartão de Matriz é indispensável para evitar fraudes e garantir sua segurança e comodidade". Eu garanti de facto a comodidade de alguém. Não a minha.

E agora? O banco tem uma cópia do email. Mudei a palavra-passe de acesso. O cartão matriz foi anulado. Mais tarde o banco informou-me que era preferível eliminar completamente a conta online.

Fiz uma queixa contra terceiros na polícia com as informações das transacções feitas. O banco tem uma cópia da queixa. Nos movimentos surgem os detalhes da entidade responsável pelo roubo.

Reaver o que se perdeu é uma miragem. Perdi tempo. Perdi motivação. Perdi dinheiro. Os meus pais ficaram sem presente. Tudo isto porque o mundo é dos espertos e não dos honestos. No fim, são os espertos que ganham. Agora, toca a trabalhar. Cuidado com os emails e essas coisas.

Vanessa

terça-feira, 12 de julho de 2016

Não sei se tenho coragem para publicar isto no Facebook


Vanessa

Calor e calor

A minha produtividade é directamente proporcional ao frio. Não é que passe frio quando trabalho, mas o tipo de calor é outro que não o do sol. Mantas, bebidas quentes e roupa polar são bem diferentes de um sol abrasador e bem mais reguláveis. Para mim, roupa confortável é feita de algodão, de lã, de tecidos que criam um microclima de conforto. Blusas e calções não são propriamente confortáveis. A pele cola-se à cadeira, as pernas ficam com as marcas de onde se está sentado. Aqui em Portugal o suor não atrapalha e não é preciso utensílios que refrigeram, mas que fazem barulho. O calor tolera-se. Tudo tem moderação. Menos as comemorações desportivas, claro está. De resto, está agora um calor muito estranho. O Verão está comedido.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Warning: this may give you the Zs

When in India, sleep like an Indian. That is everywhere, anywhere, any time. Humans and animals alike seem to find it hard to not give in under the scorching heat. Throughout the five months I spent in Goa, I captured some of them in pretty awkward positions and places. Here is the collection I gathered.




 Vanessa

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Mostruário

Às vezes fico parva com a quantidade de informação que vejo partilhada na internet. Parece-me sinal não só de uma grande necessidade de mostrar seja o que for, como também de recolher apreciação. Isso da apreciação é uma coisa viral, palavra que tão na moda está desde que nos lembrámos que não é preciso diversidade na vida e que podemos perfeitamente centrar as nossas atenções numa só coisa ad nauseam.

Sempre fomos seres exibicionistas, mas agora temos as condições perfeitas para o fazer porque há ferramentas e há audiência. Nem sempre isso quer dizer que a nossa opinião ou o que mostramos tenha o impacto que queremos. Da mesma forma que se tornou mais fácil exibir, as opiniões e os juízos de valor tornaram-se coisas muito voláteis. Calculo que o índice de concentração esteja também pela hora da morte.

Um outro elemento que nos define é a curiosidade. Se não fôssemos seres curiosos não teríamos chegado ao ponto de conseguir armazenar o conhecimento acumulado em séculos numa rede a que podemos aceder em segundos. Mas a mesma curiosidade faz de nós criaturas mórbidas. Por outro lado, coisas tão chocantes já vimos que andamos um pouco tipo mortos-vivos. Não invejo os publicitários de hoje em dia.

Na internet junta-se a fome à vontade de comer, portanto. Mas da mesma forma que escolhemos ir passear para olhar para vitrinas, podemos também escolher não olhar para o mostruário online.

A sério. Juro. Não há obrigatoriedade nenhuma, mesmo que tenham subscrito alguma página, mesmo que a vossa celebridade preferida tenha publicado alguma coisa, mesmo que os amigos mais chegados tenham partilhado. É essa a beleza da internet. Nada online é obrigatório.

A tecnologia serve para nos poupar tempo. Eu cá acho que não sabemos é o que fazer com esse tempo livre e acabamos por preenchê-lo de forma errada. É que tudo o resto não é propriamente opcional, tipo o trabalho, a alimentação, as lides domésticas e até a vertente social (a real, não a virtual). Mas o tempo que passamos em actividades de ócio para descontrair pode ser usado noutras coisas.

Exemplos? Ar livre. Qualquer coisa ao ar livre já compensa as horas passadas a trabalhar, a olhar para o computador, a cumprir obrigações. Passatempos. Há uma coisa que os adultos não têm que em criança tiveram: curiosidade. Desenvolver habilidades, olhar para algo que não seja um ecrã, usar as mãos.

Por mais que até seja giro olhar para o mostruário, há aí factores que nos escapam. Exemplos? O chamado FOMO (Fear Of Missing Out ou medo de que nos escape alguma coisa). A vontade de escapar à realidade e desfrutar vicariamente da vida (do inglês vicariously ou viver experiências alheias). Há tanta coisa.

Mas de que sei eu? Afinal de contas estou para aqui a escrever num computador e a aceder à internet para o fazer e a contribuir para o mostruário. É com carinho, juro.

Vanessa

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Avaliação Literária | Jerusalém de Gonçalo M. Tavares

A minha opinião vale o que vale, mas considerei que devia criar uma etiqueta exclusiva para as minhas opiniões em relação a livros escritos em português à semelhança da que tenho para livros em inglês. Estreio assim uma etiqueta, o que coincide com a minha estreia literária de um dos livros de Gonçalo M. Tavares. 

Cheguei tarde à festa? Não, que já vi que o homem é escritor prolífero. E ainda bem.

Não sei se este foi o melhor livro para o conhecer como escritor, mas Jerusalém encheu-me as medidas como leitora. Mais ou menos. Confesso que me escapou muito. Tive dificuldade em seguir o fio à meada, como se diz. Talvez esteja a perder a prática da leitura em português. Talvez este não seja um autor de prosa simples. A verdade é que preciso de voltar a este livro daqui a algum tempo. Digestão prolongada, digamos.

A estória foi um tormento, mas no bom sentido. Digamos que um homem que se quer suicidar e uma louca, personagens mais ou menos centrais num elenco de luxo, são ingredientes mágicos para momentos de leitura bem passados. Temos ainda um médico obcecado com questões filosóficas e que as tenta analisar de forma científica e um ex-soldado que claramente ficou com muitas mazelas psicológicas.

O livro durou mais tempo do que esperava, mas quando o li, não só o tempo passou depressa, como as páginas eram corridas num instante. A linha cronológica custou a ser percebida inicialmente, mas depois começou a fazer sentido. Os pedaços de diálogo ou as informações descritas por um narrador mais ou menos omnisciente pareceram-me aleatórias ou despropositadas em alguns casos. Talvez tenha sido esse o intuito.

Preciso de ler mais um livro de Gonçalo M. Tavares para perceber se gosto ou não, se percebo ou não. Dentro de um ano voltarei a ler este para ver se o percebo melhor. Afinal de contas, ganhou o Prémio Literário José Saramago e o Prémio LER e o Público considerou-o o livro da década. Além disso, parece que faz parte de uma temática ou colecção, O Reino. Talvez tenha de ler os outros livros da série.

Eu cá nem sequer percebi concretamente porque razão se chama Jerusalém, mas isso deve ser uma limitação pessoal. Pelo simbolismo percebo a comparação de Jerusalém ao hospício do livro, a dicotomia entre o sagrado e o profano e etc. Confesso que tenho alguma dificuldade em perceber livros muito aclamados e depois isso faz-me sentir um bocadinho ignorante. Ao menos com este, do que percebi até gostei.

6/10

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Parallel Universe I

The old cat had collected many ladies over the years, probably to antagonize loneliness, and for that she was nicknamed crazy lady cat, which she preferred to being called a spinster.

Vanessa

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Os meninos de Mormugão

aqui tinha dito que os indianos parecem obcecados com fotografia. Com uma internet tão má, os telemóveis mais são umas boas máquinas fotográficas. Críticas à parte, os meninos goeses adoram aparecer em frente à lente mesmo que estejam a obstruir a paisagem ou as outras pessoas que queremos fotografar. Sem pudores ou timidez, fazem poses pouco estáticas, mostram os dentes e as mãos, e empurram os amigos, como se eu fosse um paparazzo. Vou portanto atribuir-lhes a fama que merecem. Aqui estão eles, os meninos de Mormugão, Vasco da Gama, Goa. Pode ser que um dia a vida lhes permita encontrar estas fotografias.





Vanessa