O calor e a humidade agarram-se ao corpo com fervor. O torpor dura um dia inteiro e só arrefece à noite. Às vezes o sono é interrompido, uma vez, várias vezes, porque o corpo acorda para o abraço apertado de uma neblina tépida do qual não se consegue libertar. A pele escorre constante e copiosamente.
O chão custa. As pálpebras pesam. Os braços e as pernas cansam. Maio é um verbo passivo. Se não estivesse calor. Se estivesse mais fresco. Se não fosse Maio. As possibilidades vão adormecendo.
O tempo pára, enrolado na quentura. Os dias arrastam-se pesadamente. Ainda assim, o tempo voa.
Vanessa
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