Quando me juntei a uma iniciativa do Movimento Vamos Limpar a Praia e do Programa Bandeira Azul da ABAE no Dia da Terra, 22 de Abril, esperava um domingo passado na praia de São Julião, em Sintra e Mafra, a mexer o traseiro, para variar, e a apanhar chuva, porque o céu ameaçava desabar. Acontece que, moído o corpo depois de umas duas horas pelo areal e pelas rochas, dois sacos de lixo apanhado colocado no contentor, já sentada no único café aberto a descansar e re-hidratar, apercebi-me de uma coisa. Duas, aliás. Uma, há muito que não me juntava a uma iniciativa de âmbito cívico e de consciencialização. Dois, as pessoas são mesmo porquinhas.
Nos dois sacos, a prova do crime. Uma palmilha, pedaços de corda abandonada, plástico abundante, especialmente pauzinhos de cotonetes e de chupa-chupas, palhinhas, bocados de brinquedos, esferovite esfarelado, sacos parcialmente destruídos, dois aplicadores de tampão, e materiais não orgânicos no geral.
Contudo, findo o dia, a esperança. Havia no grupo avós, pais e crianças. Pessoas que nos viram a limpar, curiosos e impelidos pela iniciativa, juntaram-se a nós. E em vez de deixarmos a praia mais suja do que quando chegámos, como tantas e tantas vezes acontece, deixámo-la mais limpa e com um outro ar.
Vanessa
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