segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O primeiro de muitos

Estava a tentar domar o cabelo em frente ao espelho quando reparei nele. Pelo comprimento já lá devia estar há algum tempo sem que eu reparasse. Calculo que por ter o cabelo preto e os espelhos estarem em sítios com luzes esbranquiçadas, o que reflecte tons de branco no meu cabelo preto, aquele singelo cabelo branco tenha conseguido manter-se anónimo. Mas agora, sendo o único exemplar, é o centro das atenções durante a manutenção capilar. Dou por mim a procurá-lo por entre a escuridão da minha cabeleira para ter a certeza de que ele está lá. Tornou-se um cabelo de estimação. Tenho por ele, de facto, muita estima.

Se é sinal de sabedoria, não sei. Mas é pelo menos um constante aviso de que a juventude tem sempre os dias contados. Pode parecer um pouco deprimente, mas não é. Quando o corpo nos dá sinais de experiência, o melhor é sempre pensar naquilo que representam esses sinais, presentes num corpo que ainda se mexe, e também no que está por vir que irá também deixar marcas que só se estivermos atentos saltam à vista.

Vanessa

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