quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Celebridades anónimas I

Tenho a minha Canon EOS 500D desde Outubro de 2012. Foi a única coisa positiva que saiu da minha primeira, e esperemos última, experiência num call center. Desde essa altura tenho levado a dita a passear. Não tanto como gostaria, mas dentro dos possíveis. Uma das coisas que a minha lente gosta de captar são pessoas, especialmente quando estão distraídas. O meu lado voyeur enche os meus arquivos com fotografias de pessoas que são para mim celebridades anónimas. Decidi torná-las agora um pouco mais famosas ao publicar estas imagens.
@Praça do Comércio, Lisboa. Ponderei pedir ao senhor para se desviar um bocadinho, para se poder ler a frase melhor. Mas ele parecia tão confortável, que lá o deixei estar.

 @Belém. Tão compenetrado com o seu livro. Adoro fotografar leitores.

@Belém. Nada como ler notícias na relva.

 @Belém. Tardes de ócio. Lembro-me de gostar da ideia de dormir ali.

 @Belém. O quarteto fantástico.

@Belém, Pastéis de Belém. Não sei se ainda lá trabalha, mas tem mãos de fada.

 @Belém. Não fui a tempo de me desviar. Fiquei para sempre com um retrato deste senhor.

@Mercado de Campo de Ourique, Lisboa. Perguntei-me há quantos anos vende fruta.

@Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Lá estava, no seu mundo.

 @Jardim Visconde da Luz, Cascais. Uma volta no carrossel.

 @Cascais. A senhora vendedora.

 @Praia da Ribeira de Cascais. A meditar.

@Praia da Ribeira de Cascais. Junte-se com a foto anterior e dá uma estória de amor.

 @Cascais. A senhora e o seu cão.

 @Cascais. Fiquei fascinada com os tons dourados do bronzeado.

 @Cascais. O primeiro bulldog francês quase totalmente preto que vi na vida.

 @Baía de Cascais. Os meninos corajosos a mergulhar no molhe.

 @Sintra. Tem um ar idoso, mas é veloz.

 @Lagoa Azul, Sintra. Gosto de cenas bucólicas.

@Algures no Maranhão. Naquela noite houve peixe fresco para o jantar.

 @Algures no Maranhão. Retrato de família.

 @Peniche. Um homem corajoso num dia de mar revolto.

@Cabo da Roca, Sintra. Gosto de pensar que assisti a um pedido de casamento.

Se conheces ou és uma destas celebridades, deixa um comentário. Se és uma destas celebridades e preferes manter-te anónimo, deixa um comentário também para eu retirar a tua foto e/ou enviá-la por email.

Vanessa

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Ler livros pode trazer longevidade

A leitura de livros tem um efeito protector que vai para além do estatuto social, da etnia, da educação, do género ou da saúde, diz este estudo que analisou dados de 3635 participantes num estudo norte-americano sobre saúde. Comparativamente aos participantes que não leram, aqueles que leram até três horas e meia por semana tinham 17% menos probabilidades de morrer nos 12 anos seguintes, percentagem que sobe para 23% para aqueles que leram mais do que três horas e meia por semana. Os dados referem-se à leitura de livros.

Tenho para mim que o melhor será não lerem sentados, porque está indicado em vários estudos que muitas horas sobre o traseiro aumentam os factores de risco para uma morte prematura. Mas se a leitura de livros aumenta a longevidade, está quase garantido que vou passar a barreira dos 100 anos de vida. Como se vê, a leitura de livros aumenta em muito o bom-humor e a imaginação de uma pessoa.

Vanessa

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Nervos gramaticais

Erros ortográficos dão-me um arrepio na espinha.
Más conjugações são coisa do demónio.
Concordâncias que discordam fazem mal a esta alminha.
O mau português causa-me pandemónio.

Falta-me paciência para a má escrita.
Não tenho tolerância para falta de acentuação.
Tudo isto me deixa a cabeça frita.
Abrir as redes sociais até causa aflição.

Já se escrevia mal antes do acordo ortográfico.
Agora ainda é pior e ninguém se entende.
Os erros já são fenómeno geográfico.
O português anda mal e o pessoal não aprende.

Vírgulas e pontos finais são simples de usar.
Quem só usa maiúsculas precisa é de um megafone.
Há dicionários na internet, é só procurar.
Não é desculpa o teclado do telefone.

O português é um sistema complicado.
Mas há que escrever com algum brio.
Simplificar as frases ajuda um bocado.
Depois basta ler de fio a pavio.

Fez sentido ou ficou esquisito?
Se calhar podia melhorar a gramática.
Basta querer escrever bonito.
Para o resto é só juntar prática.

Ler um livro de vez em quando ajuda.
Vá lá, não sejas preguiçoso.
Se nada fizeres, o mau português não muda.
Um sujeito mau escritor torna-se duvidoso.

Sem comunicação não há economia.
Por isso, vamos todos ajudar Portugal.
O saber nunca é em demasia.
Escrever bem nunca fez mal.

Vanessa

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Coisas que o meu telemóvel viu em Goa II

Fins de tarde de ócio na praia.

Biryani e fried rice de tudo e mais alguma coisa. Sempre bom.

Pacotes de 10 rupias de coisas para petiscar.

Skylark Resort em Colva. Um paraíso descoberto por acaso. Ao lado tem uma loja com livros a 50 rupias, objectos e roupas usadas e produtos de higiene e beleza deixados por turistas, vendidos a preços simbólicos. O dinheiro reverte para uma organização de ajuda aos animais.

Garlic naan e cerveja Kingfisher. Foto tirada na noite da passagem de ano 2015-2016.

Na mesma noite, uma massa chinesa que deixou muito a desejar. A comida chinesa é popular em Goa, mas não muito popular na minha opinião. Sempre muito cozida e gordurosa.

 Umas 200 rupias deixadas no KFC, só para experimentar. Sabor igual ao do KFC português.

 Papaias enormes, doces e sempre sumarentas.

 O rio Mandovi, cor de aço, a perder de vista.

 Batata vada com chutney e poori bhaji.

 Um dos Thalis do Cafe Tato, onde provei os melhores Thalis em Goa.

 Pessoas a desfrutarem do mar com roupa.

Coisas incompreensíveis escritas em inglês.

 Comida com cores nada naturais.

 Um mar revolto a tentar lançar-nos à água.

A parte não acessível ao público de uma banca de comida em Cansaulim.

 A praia de Velsão, sempre quase deserta.

Coisas que o meu telemóvel viu em Goa I

Vanessa

Scream: The TV Series

Scream ou Gritos, em português, foi o primeiro filme de terror que vi, sem contar com aqueles que vi às escondidas em criança, tipo o Chucky. Insere-se no terror slasher, onde há um assassino em série e muito sangue. A trilogia de filmes Scream foi a minha preferida durante a adolescência, antes de me pôr a ver os clássicos. O quarto filme vi-o já na idade adulta, apenas porque não podia deixar de o ver.

Agora a série Scream da MTV, que desculpa dou para o facto de a ver? Nem sei ao certo. Não gosto propriamente do enredo ou das personagens, mas vou vendo episódio após episódio nas horas vagas.

É daquelas séries que dá para pôr como barulho de fundo enquanto faço outras coisas porque não exige muita atenção e porque, aqui confesso, tenho algum medo de me assustar com aqueles momentos de música alta e pessoas que surgem do nada só para pôr a audiência a saltar das suas cadeiras.

Por outro lado, gosto de acompanhar adolescentes que tomam decisões estúpidas que ninguém tomaria na vida real. Convenhamos, se alguém me ligasse com uma voz sinistra eu pegava nas chaves de casa e ia para a rua. Não ia a correr para o quarto, para a janela mais próxima para espreitar ou para o jardim.

No fundo, quase não existiriam filmes não fosse o facto de as personagens serem propensas à tomada de decisões duvidosas. Na vida real, eu vou fazendo o mesmo. Ver Scream é uma delas.

Quanto mais não seja, a inserção das novas tecnologias pinta uns contornos interessantes. Posso sempre dizer que se trata de curiosidade justificada, aprendizagem disfarçada ou um exercício mental.

Vanessa

sábado, 30 de julho de 2016

Tendência cibernética | Marina Joyce

A era das celebridades está em mudança. Já escrevi sobre celebridades profissionalmente e apercebi-me de que o papel da internet no mundo da fama está em constante desenvolvimento e que é o futuro. 

Além de personalidades televisivas e artistas no geral, há agora os Youtubers e os Bloggers ou Blogueiros. 

Há diversos tipos de Youtubers, dos que falam e vivem de dietas e exercício físico aos comentadores de tudo, dos que provam alimentos de todo o mundo aos que abrem encomendas recebidas pelo correio, dos que jogam em frente à câmara aos que falam de moda e dão dicas de beleza. É todo um mundo.

Eles usam ainda as redes sociais e blogues e sites para comunicar com a audiência. Por vezes chegam a marcar encontros fora da realidade virtual. Muitas vezes acabam por adquirir o estatuto de celebridade e sofrem todas as consequências que daí advêm, inclusivamente serem protagonistas de notícias.

Vamos a um estudo de caso: Marina Joyce
A britânica de 19 anos estará sob o efeito de drogas e/ou a ser vítima de abusos e/ou a ser refém de terroristas e/ou sob o controlo de extraterrestres. Seja como for, estará em perigo. Pelo menos foi aquilo em que acreditaram milhares de pessoas. Tudo isto começou porque a Youtuber mudou de atitude.

Marina Joyce foi tendência mundial esta semana. A própria e a polícia desmistificaram os rumores, mas ainda persistem vídeos e comentários sobre o assunto. É que se juntaram aqui vários aspectos poderosos no que toca à opinião pública: teorias da conspiração, um contexto social de medo geral devido aos recentes ataques terroristas, uma jovem loira com nódoas negras e pessoas atrás de um computador.

O comportamento da Youtuber é algo bizarro, potenciado por uma maquilhagem expressiva em redor dos seus olhos azuis. Parte da audiência começou a ver sinais onde talvez não existissem nenhuns.

Houve quem ouvisse um pedido de socorro nos seus vídeos. Houve quem solicitasse sinais de confirmação do perigo sob o qual estaria sujeita que depois se concretizaram (facto discutível) pelas circunstâncias. Houve quem analisasse minuciosamente os vídeos de Marina Joyce à procura de provas.

E depois houve um tweet onde Marina Joyce convidou os fãs para um encontro. Espalhou-se a ideia de que seria um falso evento para que o ISIS levasse a cabo um atentado. No meio de todo o burburinho, rumores, preocupações, a polícia londrina de Enfield visitou a jovem e tentou acalmar a multidão via Twitter.

A hashtag #SaveMarinaJoyce foi criada e manteve-se nas tendências, fãs ligaram para a Scotland Yard, Joyce duplicou o número de subscritores do seu canal no Youtube (vai em 1,7 milhões) e fez vídeos em directo que em vez de apaziguarem as massas, apenas incendiaram as hipóteses anteriormente propostas.

O vídeo, Date Outfit Ideas, que começou todo este turbilhão é, na minha opinião, bizarro. Marina parece aturdida, por vezes confusa e as expressões corporais são as de alguém que tem muito sono ou não sabe bem como se comportar em frente à câmara. Só isso. As nódoas negras foram explicadas pela própria e até pela mãe. São coisas que acontecem. Num dos vídeos vê-se uma espingarda, mas é de brincar.

O suposto pedido de ajuda no vídeo é um som aleatório. Pessoalmente não me pareceu "Help Me" mas o som de algo a raspar no microfone. Se ela está ou não sob o efeito de substâncias, rumor que a própria negou, isso é com ela. Se foi uma manobra de publicidade, duvido. Isto não é o tipo de coisa que gera uma boa imagem.

Seja qual for a razão para todo o drama, o caso foi inédito, quase uma caça às bruxas em tempos modernos. A mobilização de tantas pessoas foge ao sentimento de apatia de que a geração que cresceu a usar a internet é por vezes acusada e isso, a meu ver, é um aspecto positivo em tudo isto.

Vanessa

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Pelo Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

Um dia destes fui conhecer o Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, um sítio onde é fácil tirar fotografias giras e respirar ar puro no centro da cidade. Foi uma visita muito zen.

Vanessa

Book Review | Blue Monday (Frieda Klein #1) by Nicci French

Nicci French is a writing duo that has a special place on my shelves. My first "adult" book was their bestseller Killing Me Softly. Their books have been my guilty pleasure with no guilt. Their thrillers have always entertained me for hours and not a year goes by without me reading one of their books, even if it means repeating one.

It's no surprise that I loved Blue Monday, the first in the Frieda Klein collection of books. I started thinking about buying all other Klein books after the first three chapters of Blue Monday. Frieda earned a plot in my list of favorite characters. She's very, very attractive and I don't even know much about her looks.

It was love at first read. She's poised, passionate, but also slightly cold and rational. She's elegant and self-assured, intriguing and dark and wonderful. Amazing lead character.

In this novel two kids go missing, 20 odd years apart. Psychotherapist Frieda Klein gets involved with the police investigation because one of her clients seems to have a sort of inside knowledge about one of the cases.

While the plot develops, I got a sense that many doors were opening, doors that led to the main characters' lives. It was like peeking at them, trying to figure out the reasons behind their actions. The thriller aspect was quite intense halfway through the book. Nicci French are masterful at creating a sense of dread.

I got to rekindle the wonder I had when I was a teenager and started to read these kinds of books. I enjoyed all the twists and turns, all the peculiar characters and suspense scenes. I only read it so slowly because I was trying to see if the second book on the series would arrive so I could go on. No such luck.

The twist was not exactly a twist and it came long before the ending. So I was expecting some other surprise, knowing Nicci French as I do. It did not let me down, I have to say.

Brilliant series.

10/10

Vanessa

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Dias do fim

Até o mundo realmente acabar, existirão teorias novas com previsões tão próximas quanto esta sexta-feira, 29 de Julho. Sim, há uma profecia que indica que os pólos magnéticos se vão inverter e causar o apocalipse antes do próximo fim-de-semana. A NASA já esclareceu que é provável que não. Tenho as minhas dúvidas, mas fico satisfeita porque já tinha começado a fazer planos para sábado e domingo.

Um dos meus passatempos é seguir teorias da conspiração. Tal como o fim do mundo, as teorias da conspiração incidem sobre eventos e pessoas que podem ou não existir, mas que por serem tão rodeados de improbabilidades se tornam alvo de chacota. Acontece que pelo meio dos factos mais peculiares, pode estar uma verdade escondida, que acaba por ficar submersa devido aos extremismos.

O fim do mundo, por se inserir na categoria de teoria da conspiração, acaba por já não ser levado a sério, especialmente depois do grande susto da viragem do ano de 1999 para 2000 e da célebre frase "de 2000 não passarás". Depois disso e com tantas novas provisões, torna-se difícil de acreditar que o apocalipse possa chegar antes do sol morrer, que isso é o dado mais certo que temos até ao momento.

Posto isto, creio que de cada vez que há ataques a humanidade morre um pouco. O medo tem tomado conta das redes sociais. Quase parece que de cada vez que abro um site de notícias há um novo atentado à humanidade. Digo isto porque de cada vez que há mortos nalgum ponto do planeta, todos morremos um bocadinho.

A solução? A minha é fazermos todos um pouco muito disto:


Vanessa

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A Zara fez o quê?

Imaginem que são um artista e que uma corporação copiava vários dos vossos desenhos e os colocava no design das suas roupas. Imaginem que se queixavam e que a empresa escolhia dizer que os vossos desenhos não possuem nada distintivo que vos associe às vossas próprias criações e que mais depressa as pessoas associam agora esses desenhos à sua marca conhecida internacionalmente. Imaginem que isto aconteceu mesmo:


Os desenhos em tamanho maior são os originais. A mais pequeno, no canto inferior direito, estão os que a Zara alegadamente (será preciso usar este advérbio?) copiou. Nesta página há mais informações para conhecerem melhor o caso e os artistas e saberem o que fazer para ajudar. Até agora são 20 os artistas que se aperceberam. Há outras cadeias de lojas que terão feito o mesmo que a Zara. A designer Tuesday Bassen tem agora um advogado a tratar do caso. Adam J. Kurtz, outro artista, foi o responsável pelo site www.shoparttheft.com.

Vanessa

Parallel Universe II

I woke up because the air felt still and someone was breathing heavily standing next to my bed. I woke up with a start, only to realize I was now standing next to my sleeping body. It woke up wtih the sound of my panting.

Previous.

Vanessa

terça-feira, 26 de julho de 2016

Idiossincrasias deste mundo machista

Absorvem em qualquer altura, em todas as direcções e até provocam sorrisos em bocas feitas de batom vermelho. Normalmente usam líquido azul para mostrar uma capacidade de absorção patenteada ou sei lá. As mulheres aparecem entusiasmadas e são incrivelmente activas e magras. Bem-dispostas até nesta altura do mês, estas moças. Há outros formatos que se adequam ao corpo feminino e são tão discretos que ninguém repara neles. Nem na praia. Infelizmente, não sabemos é para que servem porque os anúncios a tampões e pensos higiénicos pouco ou nada referem as palavras PERÍODO ou MENSTRUAÇÃO. Sabem, é que pode ferir susceptibilidades ou podem pôr os miúdos a fazer perguntas difíceis. Se editássemos bem os anúncios, poderíamos torná-los em publicidade a vitaminas ou injecções de adrenalina ou só café.

Põem miúdos a querer usar as garrafas vazias para construir brinquedos e rapazitos a ajudar na lavagem da loiça com expressões satisfeitas. Quando se trata de produto para a roupa, mostram a família em actividades que sujam enquanto ostentam roupa branca sem preocupações. São sempre fáceis de usar e dosear e fica tudo a perfumar e a brilhar. Dir-se-ia que pessoas solteiras e sem filhos não lavam a loiça nem a roupa. Dir-se-ia também que só as esposas, namoradas e mães são contempladas com essas tarefas de limpeza. Ah, os filhos também. Os pais e companheiros devem ter mais o que fazer. Devem ser eles os responsáveis pelas compras.

Quando é para eles é azul ou verde. Para elas é rosa ou laranja. Antigamente era ao contrário. O rosa era para os rapazes por ser uma cor mais forte e viril, o azul para as raparigas por ser mais suave. Hoje, normalmente o que é rosa ou laranja é também mais caro. Na maioria das vezes muda o cheiro e a cor. Podia citar vários estudos, mas a conclusão é invariavelmente a mesma. Ser mulher sai caro para burro. O termo coloquial para o fenómeno é imposto rosa. Há o outro fenómeno, o de as mulheres supostamente receberem menos salário por cargos iguais aos dos homens e de existirem menos mulheres em diversas áreas da sociedade como a ciência e postos de liderança. Supostamente também elas usam mais o cérebro que eles. Vai-se a ver, é só mesmo em teoria.

Praticamente todas as personagens femininas fortes do cinema têm passados conturbados. Quase tanto quanto os masculinos. Enquanto que eles ficaram sem pais, como o Batman, o Homem-Aranha e o Harry Potter, ou viram eventos trágicos a desenrolarem-se perante os seus olhos, como o Capitão América, o Capitão Kirk e o Han Solo, ou sofreram algum tipo de influência externa para ficarem atormentados e despoletarem uma dura batalha do bem contra o mal, como o Wolverine, o Robin dos Bosques e o Dave Lizewski; elas, bem, elas foram de alguma forma violadas, umas vezes literalmente, como quase todas as mulheres em Mad Max: Fury Road e várias, segundo me contam, de Game of Thrones, Gretchen em Prison Break, Sookie em True Blood, Claire de House of Cards e só para ficarmos por aqui Beatrix Kiddo em Kill Bill e Lisbeth Salander da Trilogia Milénio, e outras vezes menos literalmente como a Viúva Negra dos Avengers que foi tornada estéril. a Harley Quinn foi abusada pelo Joker e muitas companheiras dos bons da fita que acabam por ser objecto de chantagem por parte do vilão.

Posto isto, diria que sou feminista. Já aqui tinha referido aspectos que vos levariam a tirar essa conclusão. Por isso gosto muito da ideia de #GirlLove, lançada por uma das minhas Youtubers preferidas, a Superwoman, gosto de ler artigos no The Mary Sue e discursos TEDx de mulheres. O feminismo pode trazer alguma necessidade de elevar a mulher de forma exagerada, é verdade, mas o intuito é colocá-la em pé de igualdade. Vendo bem as coisas, temos muita história e tempo para recuperar e isso torna o exagero justificável.

Acredito que há espaço nesta inclinação pela igualdade para a aceitação de diferenças. Homens e mulheres são diferentes. As diferenças anatómicas são, a meu ver, bem injustas, das hormonas a certas alturas do mês, passando por outras transições ao longo dos anos, mas isso é porque as mulheres têm um peso maior a carregar neste mundo, literalmente. Por isso mesmo deviam ser mais valorizadas do que o que são.

Abaixo os homens! Estou a brincar.

Talvez não.

Estou a brincar.

É do calor.

Vou imitar o 9gag. Desculpem o texto longo. Tomem lá uma batata.

Vanessa