sexta-feira, 2 de junho de 2017

Em crescimento

É quando o nosso cérebro é precoce e nem tem capacidade para o perceber que vivemos os melhores anos das nossas vidas. É uma partida cruel. Um presente envenenado. Só quando chegamos a adultos é que percebemos a ironia do destino. Quando o tempo já foi, queremos é voltar para trás. Mas foi-se.

É o mesmo que termos quem nos diga que já fomos muito felizes, o mais felizes que vamos ser na vida. 

Só que não nos lembramos.

É o mesmo que estarmos a desfrutar da melhor refeição das nossas vidas, para depois vir o chefe de cozinha dizer que já comemos a sobremesa e que gostámos. Só que não nos lembramos. 

É estarmos no potencial criativo quando ainda nem sabemos usar o nosso cérebro na totalidade.

É para esquecer.

Tudo isto é muito deprimente. Está uma pessoa nos 30, não fez nem metade do que previa já ter concluído por esta altura, e calha ser dia da criança. Má onda. Pior: estava a tirar a roupa do estendal, que é virado para um parque infantil, e o meu pai perguntou-me se não queria ir lá abaixo brincar. Engraçadinho.

Para piorar, andei hoje mais do que num mês inteiro e está assim um frescote estranho. Resultado: sinto-me uma velha resmungona que prevê certos estados climatéricos nos ossos. E falhas de memória.

Vanessa

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