quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Onde comprar levedura nutricional em Portugal

A primeira vez que perguntei por levedura nutricional (nutritional yeast em inglês) numa das lojas do Celeiro, a funcionária perguntou-me se me estava a referir a levedura de cerveja. A levedura nutricional é uma estirpe de levedura da mesma família dos cogumelos. É obtida artificialmente da mistura entre melaço de beterraba e açúcar de cana, e reforçada com vitaminas do complexo B. Quem se interessa por nutrição e vegetarianismo sabe que supostamente tem um sabor semelhante ao queijo, mas é vegana e isenta de glúten.

Depois de ver umas quantas receitas em que a levedura nutricional substituía o queijo, fiquei curiosa e quis experimentar. Mas no Celeiro não havia, aqui há um ano, e comprar online saía caro. Felizmente, a situação mudou. Esta semana fui ao Celeiro e encontrei estes flocos de levedura nutricional a 4,99€. Infelizmente não contém vitamina B12, mas contém muitas outras. Pode ser que consigamos ter mais variedade de produtos deste género ou que esta marca reforce os ingredientes se tiver sucesso no mercado português.

Após ter experimentado esta levedura nutricional posso dizer que não me sabe propriamente a queijo excepto quando adicionado a pratos que o requerem. Tem um travo parecido e há muitas receitas online para confeccionar queijo vegano com mais ingredientes que provavelmente fazem sobressair o sabor a queijo com a levedura nutricional . A mim sabe-me a caldo artificial e nozes mas sem sal.  A textura com os flocos deixa um pouco a desejar porque forma uma pasta no fundo do prato com o calor dos outros alimentos. Gosto especialmente com pasta de sésamo, talvez porque fique com uma consistência parecida à do queijo derretido.

Vanessa

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Meio cheio

Pessimista por natureza, tento sempre aquilo de ver o copo meio cheio em vez de meio vazio. Nunca me ocorreu pensar antes no meu cesto de roupa para lavar em vez de um copo. É que o dito está permanentemente meio cheio tal como o meu copo de optimismo devia estar. Claro que para continuar na veia do optimismo tenho de pensar que ter o cesto meio cheio é sinal de abundância não só de roupa, mas de experiências que me permitem sujá-la. Talvez tudo isto seja mais fácil de encarar com um copo meio cheio... de qualquer coisa destilada.

Vanessa

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Proporções invariáveis

Não confio nos produtos com quantidades em proporções variáveis porque invariavelmente isso significa que a embalagem vai conter em maior quantidade o elemento mais barato. Uma mistura de frutos secos com amêndoas, caju, nozes, castanha do Brasil e passas vai com certeza ter mais passas do que qualquer dos outros frutos. Um pacote com uma mistura de aperitivos vai ter em maior quantidade o mais sensaborão. Um pacote com vários biscoitos vai ter em menos quantidade aquele que tiver chocolate e em maior quantidade aquele que é só praticamente farinha e açúcar. Uma embalagem de aperitivos salgados vai ter em menos quantidade aquele que souber mais a queijo e em maior quantidade o que sabe a fécula de batata.

Se eu tivesse um blogue quando era catraia, podia ter escrito este post, mas dando como exemplo gomas. Os ursinhos vermelhos, os mais apetecíveis de um pacote, era sempre os mais raros.

O preço é o que dá logo a dica quanto à variabilidade das proporções. Quanto mais caro, mais justa é a proporcionalidade dos elementos. Por exemplo, quanto mais caro o kebab, mais carne tem.

Não comecei este post porque queria falar na possibilidade dos kebabs serem proibidos na União Europeia. Na verdade, tinha começado o post muito antes, num dia em que comprei uma mistura de frutos secos e fiquei triste com a quantidade de umas coisas em relação a outras. Mas entretanto surge a notícia dos kebabs e eu dou por mim a pensar naqueles restaurantes de subúrbio onde todos os kebabs sabem ao mesmo.

Nesse caso, a qualidade, ou por outras palavras, a quantidade de carne numa shoarma também se denota pelo preço. Quanto mais souber a carne, mais cara é. Por exemplo, sou fã da Joshua Shoarma, mas aí uma pessoa é presenteada com pedaços de carne que sabem a carne e tempero exótico. Num desses restaurantes de esquina, uma pessoa pede uma pita e recebe lascas de produto que parece fiambre, mas mais escuro.

Convenhamos. Há certos produtos que funcionam um pouco como a roleta russa. Ou como a caixa de chocolates que a mãe do Forrest Gump consumia. Uma pessoa nunca sabe o que lhe vai calhar.

Mas eu preferia continuar a ter hipóteses de escolha, só que a continuar assim, depois dos kebabs a União Europeia deve querer debruçar-se sobre os mil e um outros produtos que estão à venda e que podem conter substâncias nocivas e lá se vão mais de metade das escolhas que ainda podemos fazer. Certo?

Vanessa