terça-feira, 27 de junho de 2017

20 Anos de Harry Potter

Recebi o primeiro livro Harry Potter quando ainda ia na primeira edição, tinha eu uns 13 anos fresquinhos, e ainda que tivesse na contracapa uma nota de 1000 contos, coisa que o meu tio fazia frequentemente como se um livro de presente não bastasse, o verdadeiro tesouro estava nas palavras que me cativaram desde logo. 

"O senhor e a senhora Dursley que vivem no número quatro de Privet Drive sempre afirmaram, para quem os quisesse ouvir, ser o mais normal que é possível ser-se, graças a Deus". 

Um minuto de silêncio pela rapariga de 13 anos, que se sentia um alienígena e ambicionava ser o mais normal possível, e que ao ler as palavras com que toda uma saga se desenrola chegou à conclusão que ser normal é aborrecido porque ser normal era ser igual aos senhores Dursley ou aos Muggles sempre alheios ao mundo da magia mesmo que um carro voador ou um hipogrifo planasse à frente dos seus narizes.

Os livros ensinaram-me mais do que os manuais escolares. Não é hipérbole. Anos mais tarde, estudei na mesma cidade portuguesa onde J. K. Rowling viveu e escreveu, o Porto. Usei o traje que inspirou a indumentária de Hogwarts. Vi todos os filmes. As estórias permaneceram comigo. Desde o quase anonimato do primeiro livro até ao sucesso mundial, tornei-me fã e passei a pertencer a uma família global de fãs que começou há 20 anos.

Já quis ser inteligente como Hermione, bem-humorada como Ron e corajosa como Harry Potter. Agora, com esta comemoração, podia sentir-me velha, mas não. O aniversário do Harry Potter dá-me esperanças de um dia ser e parecer tão sábia como a Professora Minerva McGonagall ou Dumbledore.

Vanessa

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