sexta-feira, 16 de março de 2018

Book Review | Bellman & Black by Diane Setterfield

William Bellman seems to be the perfect human specimen. He's handsome, talented, healthy, and successful. But he seemed also, to me, increasingly detached, cold, rational to a fault, and overall not at all relatable, and he's the lead character in Bellman & Black. None of the characters, actually, caught my attention. Diane Setterfield is a brilliant writer, and that's what kept me plodding through a plot that felt uninteresting even though the premise was promising, until I finished the book and was left unsatisfied as the richness of the prose was not accompanied by a captivating enough story. I so, so wanted to like this book.

Imagine this. Bellman kills a rook (crow) as a kid and that haunts him through his life as an afterthought. There's a sense of impending doom. He goes on to become a businessman, a very successful one making clothes and then managing the making of clothes. Then he marries and has four children, all the while neglecting his family in favor of his endeavors. Tragedy strikes. He bargains with a stranger in black and seems to go on to be even more successful by entering the mourning goods business and building an emporium. The plot is interspersed with little chapters that explain some curiosities about rooks and these birds are often in the shadows of the main chapters. Other than that, there's not really much connection to the events that started the book.

The plot dives deep into how mathematical, methodical, and without flaw Bellman goes about his life. That's what the action amounts to. He plans, multitasks, predicts, surpasses his predictions, and seems to bend time with all of his tasks being accomplished almost in mystical fashion. That's most of the story. There are no strong female characters. There's not much tension. There's not much character development other than Bellman. There's really no passion, it seemed to me. The end was not at all satisfying. Quite the contrary.

I was one of those who loved The Thirteenth Tale, Diane Setterfield's debut bestselling novel. Unfortunately, that maybe set the bar too high. About seven years passed and I would look up Setterfield's website to check on any upcoming novel. When I saw the summary for Bellman & Black I was ecstatic. I read her entire blog. When I started reading the book, I was engrossed in the plot until midway. When I got near the end and saw the third part of the book had only three or four pages, I knew I would not feel my time had been paid off. But her writing style will definitely make me go back to her third novel, Once Upon a River.

5/10

Vanessa

sábado, 10 de março de 2018

Presentes eternos

"Então, esse Dia da Mulher? Recebeste flores? Chocolates? Um presente?"
"Ele disse que já não havia flores na florista e levou-me a jantar um prego com batatas fritas".

Imagino que não soe romântico. Nota-se na hesitação aquando da resposta após eu falar no prego. Mas olhem que é muito atencioso da parte dele. As flores morrem passado uma semana e picos. Já aquele jantarzinho vai ficar eternamente aqui nas coxas e zona abdominal. É um presente para a vida.

Vanessa

sexta-feira, 9 de março de 2018

Mulheres a dias

Provavelmente só não soube que ontem era o Dia da Mulher quem desse dia mais precisa. Sei disso porque todas as efemérides são dias de celebração mas também de consciencialização. Há dados estatísticos citados a torto e a direito centrados nos problemas mais do que há, parece-me, exemplos de sucesso, porque no fundo as efemérides existem talvez para que um dia não tenham de existir. De cada vez que há vejo homens queixarem-se da suposta inexistência de um dia dedicado a eles, na ignorância de desconhecerem o dia 19 de Novembro, uma mulher lembra-se que é de facto importante que se saliente o Dia da Mulher. Este ano o McDonald's decidiu virar ao contrário o logótipo nos Estados Unidos. Todos os dias do ano é um M, de man (homem em inglês), mas ontem decidiu torná-lo um W, de woman (mulher em inglês), o que só ressaltou que todos os dias são dias do homem, portanto, e a mulher tem um dia que todos os anos é posto em causa.

Pouco me importa que "Só 15% das ruas com nomes próprios são de mulheres", como noticiou o Público. Eu nunca conheço os nomes da maioria das ruas por onde ando. Mais interessada estou nas mulheres importantes que ficaram esquecidas nos meandros da história, nos assentos públicos onde há uma maioria de homens, etc. Não me interessam as estatísticas sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. Muitos dos dados não se debruçam sobre a diferença de ordenado nas mesmas posições, mas sim em todas as profissões. Estou mais interessada na razão pela qual há profissões com mais homens do que mulheres, o que é uma das principais razões para a tal diferença salarial, nomeadamente em cargos de chefia, na ciência e tecnologia, etc.

Mas acima de tudo interessa-me a igualdade e o equilíbrio, o que é sempre um progresso lento. Quando nesta sociedade primariamente machista ouço falar mal do feminismo por isto ou por aquilo, apercebo-me da cegueira e da noção enviesada de que o machismo é mais legítimo porque as coisas sempre foram assim e do medo de que a corda passe a ser mais puxada para o lado feminino, quando na verdade o feminismo se trata de igualdade. No entanto, chegou-nos ao conhecimento em Março de 2017 a declaração de um deputado no Parlamento Europeu que disse que "as mulheres são mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes" do que os homens e que "devem ganhar menos". E em Outubro de 2017 um acórdão do Tribunal da Relação do Porto legitimava a violência doméstica por parte de um marido porque "o adultério da mulher é um atentado à honra do homem." E uma em cada três mulheres no mundo é vítima de agressões físicas, psicológicas e sexuais por ser mulher, 70% das vítimas de tráfico humano são mulheres, 28 meninas por minuto e a cada ano são obrigadas a casar na adolescência. Mas o quê, um Dia da Mulher? Então e os homens?

As feministas não são mulheres que odeiam homens. As feministas são mulheres que odeiam ser vítimas do ódio dos homens e de ódio no geral. As feministas não querem mais direitos, mas sim direitos iguais em vez de uma relação de subordinação entre mulheres e homens como tão implícito está ainda na sociedade. As feministas não querem que os homens ajudem em casa, mas sim que percebam que direitos e deveres são iguais em casa e em todo o lado e que vejam as tarefas como a sua quota-parte. Queremos igual, não mais nem melhor.

Vanessa

quarta-feira, 7 de março de 2018

Book Review | Dune Messiah (Dune #2) by Frank Herbert

Muad'dib was already mentally powerful and now holds a material power greater than being the descendant of a duke. He is an super-being and emperor. In Dune Messiah 12 years have passed since the Battle of Arrakeen, where Paul Atreides seized the Lion Throne for himself, making Arrakis the center of the universe. But even though he is seen as a god by some, a new conspiracy against him arises which sets in motion a plot filled with political agendas and tactics. The main point is that Paul Muad'dib is aware of the future and has to grapple with all that is to come, but he's also dealing with the consequences of his actions in the first book. This makes it a book filled with angst. One can also feel the sense of impending doom in Frank Herbert's writing.

I'm reminded of Harry Potter in the Order of the Phoenix. Here, however, the main character is a political and religious figure dealing with the wishes of a trophy wife, the one who permitted him to reach the throne, the wishes of his true love, the return of an old friend, resuscitated by the Bene Tleilax, a society where genetically-engineered Face Dancers follow an agenda of their own, the ever-present Jihad blowout, and overall his own prescience, which is made to seem like a curse. In that way and despite of its title, Paul is seen as a Messiah but much of the book centers around his human point of view, his difficulties, his impassivity.

Dune Messiah was much more concise and to the point than Dune, but none of the story's magic was lost on me. However, this book felt as if a transition to another, more grand plot, and as a reader it was a nasty experience. Entering the mind of such a haunted character and knowing all the tragedy about to unfold made this a sad, depressing book, but in a weirdly good way. That's when one, as a reader, knows the level of attachment only a great author can instill through his words. I only wish this book was longer, like Dune, and showed more of the life during those 12 years that have passed. I missed certain characters that populated the first book, and the glimpses into a society that looks so foreign to me that Herbert constructed so well before.

I will now take a break from this world to come back with fresh eyes.

9/10

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Vanessa