quarta-feira, 9 de agosto de 2017

E o sono o vento levou

Podia continuar a queixar-me do vento por si só, do barulho que faz que realmente não ajuda a embalar uma pessoa com insónias, mas entretanto e por ironia — ironia no sentido em que o vento viu-lhe dedicado aqui um post que fala precisamente do sujeito de todo este predicativo que se segue — os estores do meu vizinho de cima foram à vida. Não testemunhei o evento, mas tenho pena. Tenho pena porque hoje fui acordada com uma sinfonia de ferramentas, que não saberia precisar, proveniente do tecto no cimo da minha cama. 

Posto o desassossego que se seguiu, merecia ter estado na primeira fila quando o vento levou os estores aos meus vizinhos, a acreditar que foi mesmo isso que aconteceu. O ruído prolongou-se por espaços de tempo esporádicos ao longo do dia. Estão a ver como nos filmes de terror às vezes colocam uma música assim baixa e vibrante a anteceder fenómenos assustadores e uma pessoa fica em suspense porque nunca sabe quando é que esses fenómenos a vão assustar? Foi assim o meu dia. Sempre à espera da sinfonia, que culminou com uma orquestra, já a tarde ia avançada, de despojos atirados do primeiro andar cá para baixo.

O bom disto tudo é que hoje nem sequer dei pelo vento.

Vanessa

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